O diretor-técnico da Administração dos Portos de Paranaguá e Antonina, Ogarito Borges Linhares, foi ouvido ontem por deputados da Comissão de Fiscalização da Assembléia Legislativa. Ele foi convocado para prestar esclarecimentos sobre o suposto desaparecimento de 1.610 toneladas de soja do silo vertical do Porto, em dezembro passado. O presidente da Comissão, deputado neivo Beraldin (PP), determinou que sejam enviados convites, para participação da sessão de 2 de abril, ao superintendente da Appa, Eduardo Requião, e ao secretário estadual dos Transportes, Waldyr Pugliesi.

Mostrando bastante tranqüilidade, o diretor respondeu as perguntas dos deputados sobre o assunto e tantos outros que os parlamentares questionaram. Linhares garantiu que “não há sumiço da soja”, como afirmou a comissão. O que houve, segundo o diretor, foi um procedimento que ocorre normalmente para acelerar a liberação das mercadorias.

Um pool de empresas se reúne e decide “o empréstimo” de quantidade de soja. O aval por escrito só vem mais tarde. O que aconteceu neste caso, segundo ele, foi que depois do acordo a empresa dona da carga não liberou o empréstimo, e a empresa beneficiada não pagou pelo adiantamento. Segundo Ogarito, essa dívida já está sendo negociada e o Porto não deverá pagar esse ônus.

Divergências

O presidente da Associação Brasileira de Terminais Portuários (ABTP), Wilen Manteli, aproveitou a audiência de ontem para acusar a direção do porto de omissa. Segundo ele, donos de embarcações estariam levando seus navios para outros portos porque em Paranaguá os navios correndo o risco de encalhar. Ogarito Linhares negou as acusações.

Os deputados também convidaram para participar da sessão o presidente da Câmara Municipal de Paranaguá, Antônio Ricardo dos Santos. Ele levou à comissão informações de que o Porto estaria dando preferência para algumas empresas atracarem em um berço do terminal. Ogarito negou que isso esteja acontecendo.

Os esclarecimentos só não foram maiores porque o diretor era insistentemente interrompido por perguntas dos deputados sobre temas que fugiam da questão principal. Os campeões nas interrupções foram os deputados Fernando Ribas Carli (PP) – que em alguns momentos se exaltou – e Neivo Beraldin (PDT), presidente da comissão. Também participaram da sessão os deputados Plauto Miró Guimarães (PFL), Valdir Leite (PPS), Artagão de Matos Leão (PMDB), André Vargas (PT), Elio Rusch (PFL) e Felipe Lucas (PMDB).

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