O candidato do PT ao governo do Rio, Lindbergh Farias, elogiou Eduardo Campos e Marina Silva (PSB) durante sabatina promovida nesta terça-feira pelo jornal O Globo, e se posicionou como defensor de uma mudança na política. Mas ratificou seu apoio à candidatura de Dilma Rousseff à reeleição – ainda que, no Rio, Dilma apoie não só ele, mas outros três candidatos: Luiz Fernando Pezão (candidato à reeleição pelo PMDB), Anthony Garotinho (PR) e Marcelo Crivella (PRB).
“Eu era muito amigo do Eduardo Campos, acho que ele era um gestor extraordinário. Ele tinha cada programa lá, com metas, com prazos, ele chamava os responsáveis. Ele sabia que eu ia apoiar a Dilma. Temos que mudar também a política. Quero fazer um governo mais descentralizado, mais perto das pessoas. Isso é uma mudança gigante. Vai trazer mais a juventude, que está descrente da política. É uma transformação muito grande na vida das pessoas”, disse.
Depois, posicionou-se com mais veemência a favor da candidata do PT: “Eu sou Dilma. Isso está muito claro. Minha estratégia está muito clara. Quanto à relação com a Marina, tenho uma relação pessoal muito boa e muito superior a todos esses candidatos. Não quero fazer uma discussão apenas para ganhar voto. Agora, o meu discurso é o discurso da mudança”.
Lindbergh reafirmou que não se sente constrangido por ter que “dividir” Dilma no Rio. “A presidente Dilma está na tarefa dela de tentar ganhar a eleição. Agora, ela tem quatro candidatos aqui no Rio, entendo perfeitamente. O presidente Lula está me apoiando, pedindo voto para mim na televisão. O que foi bom nesse governo (de Sérgio Cabral/Luiz Fernando Pezão) foi acabar aquela briga de todo mundo falar mal de todo mundo. Não me constrange nem um pouco”.
Ao pedir votos, Lindbergh apontou as denúncias de corrupção e processos respondidos por Garotinho e Pezão, líderes nas pesquisas de intenção de voto, mas foi instado a comentar doações à sua campanha que têm sido alvo de questionamento: a empresa AVM Digital Comércio de Aparelhos Telefônicos Ltda, que doou R$ 25 mil, já ganhou licitações vultosas em Macaé, cidade que tem como prefeito Washington Quaquá, do PT, um dos coordenadores da campanha de Lindbergh.
“Vivo uma situação diferente dos meus dois adversários, Garotinho e Pezão, um condenado com o ex-chefe da Polícia Civil, e o outro condenado por superfaturamento de ambulâncias”, disse. “Estamos falando da doação de R$ 25 mil. O que hoje está acontecendo é um escândalo nas campanhas do Rio. Minha campanha é financiada pelo diretório nacional do PT, R$ 25 mil é uma doação modesta. No PMDB o cara paga um dia à campanha e recebe do governo no dia seguinte. O candidato Garotinho está dando fralda geriátrica e Cheque cidadão. Eu mesmo já denunciei isso para vocês (imprensa). Acho essa pergunta acintosa, com todos esses escândalos da campanha dos meus adversários estar falando de um doação boba de R$ 25 mil”.