O senador Lindbergh Farias deixou de ser personagem único da propaganda do PT. O partido mudou os filmetes que começaram a ser divulgados nesta segunda-feira no rádio e na TV depois que o Tribunal Regional Eleitoral do Rio de Janeiro (TRE-RJ) proibiu a exibição de inserções que caracterizem divulgação pessoal de Lindbergh, que quer se candidatar pelo PT ao governo do Estado.
Embora tenha atendido às exigências da liminar, Lindbergh negou que tenha desrespeitado a lei e anunciou que vai recorrer da decisão. O senador diz que, nas inserções anteriores, apenas falou sobre os problemas do Estado. “Não fizemos campanha antecipada. Tem candidato por aí que está fazendo campanha, inclusive usando recursos públicos”, reagiu o senador, sem citar nomes.
O tribunal concedeu liminar a pedido da Procuradoria Regional Eleitoral, que citou trechos das inserções anteriores do PT, exibidas em fevereiro e centradas em Lindbergh. A procuradoria apontou “uso indevido da propaganda partidária”, como as declarações do senador de que “o Rio precisa de um governo que governe com os dois olhos bem abertos” e que o Estado “será melhor ainda quando os trens da Supervia que passam por todo o subúrbio, pela zona oeste e pela Baixada virarem metrô de superfície”.
Crise
Em fevereiro, Lindbergh irritou os peemedebistas ao usar as inserções para criticar indiretamente a administração do governador Sérgio Cabral. Em resposta, o PMDB fluminense ameaçou retirar o apoio à reeleição da presidente Dilma Rousseff se Lindbergh insistir na candidatura ao governo. O episódio desencadeou uma crise entre o PT e o PMDB do Rio que só se agravou nos últimos meses. Cabral tem reiterado que não aceita palanque duplo para Dilma no Rio e cobra do PT, partido aliado e que tem cargos no governo estadual, apoio ao vice-governador, Luiz Fernando Pezão, que quer se candidatar pelo PMDB. Em março, o TRE determinou a suspensão da propaganda do PMDB no rádio e TV, que destacava o trabalho de Pezão no Estado.