O senador Lindbergh Farias (PT-RJ) negou que a “faxina” promovida pela presidente Dilma Rousseff na Esplanada dos Ministérios tenha chegado ao fim e disse que ela “não vai passar a mão na cabeça de ninguém”. O petista salientou que, diante das demissões de ministros ante denúncias de irregularidades, a presidente impõe um novo padrão ao qual a classe política terá de se adaptar. “A presidente está fazendo um caminho correto ao coibir os malfeitos em seu governo, o que vai impor novos padrões de relações políticas”, afirmou. “E muita gente que reagiu vai ter de se adaptar ao novo padrão de convivência política, de ocupações de espaço no governo federal.”
Em solenidade nesta semana em Brasília, a presidente afirmou que a “faxina” promovida no governo federal não é a meta da sua administração, mas garantiu que tomará providências diante de “malfeitos”. A declaração da petista foi entendida por parlamentares do Congresso Nacional como uma indicação de que as demissões estão perto do fim, o que não agradou a integrantes da oposição. “O combate à corrupção não é a meta central do governo da presidente, mas acho que ela pode dar um passo definitivo no aperfeiçoamento das instituições”, afirmou.
O petista disse, no entanto, ser contra a criação de uma CPI da Corrupção porque, segundo ele, serviria apenas para acuar o Palácio do Planalto ante as denúncias de irregularidades. “A CPI acaba ajudando a alguns, inclusive da base parlamentar, que querem acuar a presidente, fazê-la parar”, afirmou. “E tem um bocado de gente que está assinando não para resolver o problema da corrupção, mas para colocar o governo na defensiva”, criticou.
O senador participou hoje do Seminário “Políticas e Ações Relacionadas à Adoção”, promovido pela Faculdades Metropolitanas Unidas (FMU) na capital paulista. O evento também teve a participação do senador Aécio Neves (PSDB-MG).
Após o evento, o petista foi questionado se acredita que Aécio será um dia presidente do Brasil. O senador mineiro é atualmente o nome mais cotado do PSDB para a disputa presidencial de 2014. “Sim, algum dia, não agora”, respondeu, salientando que Aécio Neves é um político capacitado e agregador. “Mas algum dia ele será presidente”, emendou.