A ex-secretária da Receita Federal Lina Vieira reafirmou, em seu depoimento na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado, que se encontrou, reservadamente, com a ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff. Segundo ela, o suposto encontro ocorreu no fim do ano passado e, na ocasião, a ministra, segundo ela, teria pedido para acelerar a investigação que a Receita fazia sobre o filho do senador José Sarney. Lina disse que não procurou ninguém e que, depois de deixar a reunião, voltou à Receita e não comentou com ninguém sobre o teor da conversa.

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Ela observou que, quando foi procurada pelos repórteres da “Folha de S.Paulo”, eles já sabiam do episódio e ela apenas o confirmou. Segundo a ex-secretária, a suposta reunião foi agendada pela secretária-executiva de Dilma, Erenice Guerra, que, de acordo com Lina, esteve no gabinete dela para marcar a reunião. Erenice não teria informado o tema do suposto encontro. Lina disse que não busca e nem deseja a exposição que está tendo com o episódio nem tem interesse em disputar um cargo eletivo. Ela observou ainda que não veio à CCJ para fazer o jogo de ninguém. “Vim defender minha história de vida. Tenho o compromisso com a verdade.”

Lina deu detalhes sobre como chegou à suposta reunião com Dilma, que, de acordo com ela, durou dez minutos. Lina afirmou que entrou pela garagem de baixo do Planalto e se identificou, perguntando, em seguida, sobre a localização do gabinete da Casa Civil, já que não sabia onde ficava. Ela disse que encontrou Erenice Guerra no corredor. Na sequência, foi levada à uma sala de espera, na qual estavam ainda duas pessoas.

Depois, entrou na sala da ministra, que teria lhe pedido para acelerar a investigação do filho de Sarney. Ela disse que interpretou o pedido como uma recomendação para “dar andamento célere, para resolver pendências e encerrar a investigação”. Lina afirmou que o encontro não consta da sua agenda nem da agenda de Dilma. “Mas não precisa de agenda para falar a verdade. Reafirmo que lá estive e a conversa ocorreu”, acrescentou.

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Pressão

Lina disse que não se sentiu pressionada pela ministra e afirmou que está disposta a confrontar as versões dela e de Dilma em uma audiência no Senado. Essa afirmação foi uma resposta a um questionamento sobre sua disposição em fazer uma acareação com a ministra. A ex-secretária afirmou que não tem nenhuma outra intenção a não ser dizer a verdade, e que não tem mágoa de ter sido dispensada do governo, pois, segundo ela, isso é de natureza de um cargo de confiança. Ela disse que até trabalhou para apaziguar os ânimos de funcionários insatisfeitos com a saída dela.

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