Depoimento

Lina Vieira diz à CCJ que nunca teve filiação partidária

A ex-secretária da Receita Federal Lina Vieira iniciou seu depoimento na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado afirmando que não tem filiação partidária e que sua trajetória de 33 anos de carreira é de natureza técnica. “Nunca tive filiação partidária”, disse. Ela destacou sua carreira como auditora fiscal e ressaltou que seus momentos mais expressivos ocorreram como secretária de Tributação de Garibaldi Alves e Dilma de Faria, no Estado do Rio Grande do Norte.

Lina presta depoimento sobre declarações em que ela diz ter ouvido da ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff, pedido para acelerar as investigações da Receita sobre o empresário Fernando Sarney. A ex-secretária afirma ter entendido a solicitação como um recado “para encerrar” as investigações envolvendo a família do presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP). Dilma nega que tenha tido essa conversa.

Pouco antes do início do depoimento da ex-secretária da Receita, o líder do PMDB no Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), pediu aos senadores da CCJ que tenham equilíbrio e serenidade num momento político complexo. Segundo ele, o depoimento de Lina Maria Vieira tem uma circunstância adjacente, que é a eleição de 2010. “Temos que ter muito equilíbrio. Mais que o esclarecimento de um episódio, essa reunião é sobretudo uma tentativa de impor ao presidente Lula e à ministra Dilma um desgaste artificial”, disse Calheiros.

Ele lembrou que em outros episódios, como o dos cartões corporativos, da Varig – quando a ex-diretora da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) Denise Abreu a acusou de ter interferido no processo de venda da Variglog ao fundo Matlin Patterson, dos Estados Unidos, e a três sócios brasileiros – e agora da Petrobras, não há nenhum vestígio de irregularidade.

“Lamentavelmente, as pessoas procuram colocar o presidente Lula e a ministra Dilma a uma exposição depreciativa”, disse. O senador afirmou que é preciso que se tenha cuidado para que não se leve de “rodão” a imagem de pessoas inocentes. Para Calheiros, a reunião da CCJ não deve se transformar em um “vazador de ressentimento”.

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