Qualquer pedido de impeachment do presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Gilmar Mendes, que venha a ser feito pelos procuradores regionais da República, dificilmente vai prosperar no Senado, responsável pela condução das investigações e de um possível julgamento do presidente da Suprema Corte.

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Em entrevista à Agência Brasil, lideranças partidárias e parlamentares ligados ao Ministério Público, como Demóstenes Torres (DEM-GO), praticamente descartaram o andamento no Senado de tal proposta.

?Todos os segmentos têm que ir com calma neste momento. A discordância do Ministério Público não pode levar direto a um pedido de impeachment contra o Gilmar Mendes?, avalia o líder do governo no Senado, Romero Jucá (PMDB-RR). Segundo ele, o presidente do STF conta com um ?conceito alto? no Senado e, em tese, dificilmente tal proposta deve prosperar.

Já o líder do PSDB, Arthur Virgílio Neto (AM), qualificou a atitude do Ministério Público como ?precipitada?. Acrescentou que o Senado julgar um eventual pedido de impeachment contra Gilmar Mendes ?não é como ir a uma esquina e comprar limão?.

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O senador Demóstenes Torres, promotor público de carreira, taxou de ?ridículo? o movimento dos procuradores. ?Um pedido de impeachment significaria que ele é suspeito. O Ministério Público está extrapolando. O Gilmar Mendes sempre foi uma pessoa não querida pelo Ministério Público?, afirmou o parlamentar. Para o senador de Goiás a chance de um processo como esse prosperar na Casa ?é zero?.  Segundo ele, "trata-se de uma atitude política, que só tem como objetivo constranger o ministro?, disse Demóstenes Torres.

O líder do PSB no Senado, Renato Casagrande (ES), é outro que acredita que um processo como esse não vai para frente no Senado, por falta de consistência. "É um processo que merece uma consistência maior. É normal o debate sobre a atitude do ministro [Gilmar Mendes, presidente do STF], que se discorde dela, e até, se for o caso, que se busque no Congresso o aperfeiçoamento legal. Mas nesse debate específico [sobre os dois habeas corpus em favor de Daniel Dantas] o Judiciário se basta". Casagrande considera, ainda, que o Congresso "não pode avançar a partir de certo ponto, porque, ao contrário de fortalecer as instuições o processo de impeachment do presidente do STF poderia enfraquecê-las".

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