Terminou sem acordo a reunião do presidente da Câmara, Arlindo Chinaglia (PT-SP), com os líderes dos partidos governistas e de oposição sobre as votações da semana e do final do semestre legislativo. Há cinco medidas provisórias trancando a pauta e, em curto prazo, outras duas MPs e um projeto de lei em regime de urgência também estarão na pauta. A falta de acordo significa que os deputados ficarão votando apenas MPs até a entrada do recesso parlamentar no dia 18 de julho, sem uma "janela" para incluírem outros projetos na lista de votação.
O DEM e o PSDB vão usar os mecanismos regimentais para obstruir e dificultar a liberação da pauta, o que pode resultar no ritmo de votação de uma única MP por dia. O objetivo da oposição é evitar que o governo coloque em votação o último ponto que falta para concluir o projeto que cria a Contribuição Social para a Saúde (CSS). A oposição acredita que, quanto mais próximo da eleição, mais difícil será aprovar o projeto.
"O constrangimento do deputado aumenta e será mais fácil tentar conseguir derrubar a CSS", afirmou o deputado Bruno Araújo (PSDB-PE). "Quanto mais tempo, maior a possibilidade de derrubar o imposto", disse o líder do DEM, Antonio Carlos Magalhães Neto (BA). Segundo ele, não há hipótese de a oposição negociar a votação da CSS. "O único acordo possível é a rejeição do imposto", disse ACM Neto.
A oposição argumentou que não têm segurança de que o governo apresente propostas para votação que não são do agrado dos oposicionistas. "A última vez que a pauta foi desobstruída, o governo veio com a proposta de criação da CSS. Estamos com receio de desobstruir a pauta", disse ACM Neto. Sem acordo, os governistas afirmaram que vão enfrentar a obstrução colocando quórum no plenário. "Vamos enfrentar a pauta", disse o líder do PT, deputado Maurício Rands (PE). "Temos de enfrentar a obstrução", sentenciou o líder do governo na Câmara, Henrique Fontana (PT-RS).