Parlamentares do PT se reuniram na manhã desta terça-feira, 22, com integrantes do PSOL e do PSB para discutir a formação de um bloco único de oposição na Câmara dos Deputados. A intenção dos três partidos é tentar ampliar o grupo com o PCdoB, PDT e Rede. A expectativa, no entanto, é que uma oficialização do bloco só ocorra na semana que vem.

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Os comunistas e os pedetistas, no entanto, já sinalizaram que podem apoiar a reeleição do atual presidente da Casa, Rodrigo Maia (DEM-RJ). Ele conta com o apoio do PSL, partido do presidente Jair Bolsonaro. O movimento das duas siglas rachou o bloco que havia sido formado anteriormente entre as duas siglas e o PSB.

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“Não há a menor chance do nosso partido se alinhar a Maia. Isso está descartado. Ele é o candidato de Bolsonaro e nós temos que honrar a nossa condição de oposicionistas”, afirmou Carlos Siqueira, presidente do PSB, após a reunião.

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“Isso é fundamental para fazermos um enfrentamento firme do governo Bolsonaro que já está mostrando que não tem capacidade de sustentação pelo que está acontecendo em relação ao seu filho”, afirmou a deputada eleita e presidente do PT, Gleisi Hoffmann (RS), em referência às denúncias contra o senador eleito Flávio Bolsonaro (PSL-RJ), filho do presidente Jair Bolsonaro.

PT, PSB e PSOL reúnem cerca de 98 deputados. Se o PCdoB, o PDT e a Rede se unirem ao bloco, ele poderá chegar a 135 parlamentares. Apesar dos esforços, integrantes do PT já sinalizaram que podem trair o movimento e apoiar Rodrigo Maia. A votação para a presidência da Câmara é secreta e será realizada 1º de fevereiro.

Para o deputado Ivan Valente (PSOL-SP), é preciso tentar unir ainda mais a oposição, que poderá atuar para barrar o avanço de pautas que sejam consideradas como retrocessos ou que avancem sobre questões econômicas rejeitadas pelos partidos de esquerda.

Valente acredita que o desgaste político que o governo está enfrentando por causa das denúncias contra Flávio Bolsonaro podem ser um fator de união entre estes partidos.

O deputado eleito Marcelo Freixo (PSOL-RJ) já anunciou que disputará a presidência da Câmara. O deputado JHC (PSB-AL) também anunciou ser candidato no pleito. Dirigentes dos partidos, no entanto, afirmam que primeiro é preciso consolidar o bloco para depois definir as candidaturas, que poderão ser de vários partidos do bloco.

“O nome escolhido é o que expressa mais essa unidade. Mas isso não é o mais importante agora. O mais importante é efetivamente garantir essa unidade do campo de esquerda. Nosso nome está apresentado para garantir essa unidade”, afirmou Freixo.

Para Carlos Siqueira, presidente do PSB, a unidade dos partidos de oposição será importante para tentar barrar pautas tidas como um retrocesso ou que retirem direitos. “Vemos que é um governo autoritário e precisamos unir todas as forças contra ele aqui na Câmara e na sociedade. Queremos evitar retrocessos nas pautas sociais e a presença de políticos ultraliberais que são desfavoráveis ao País e sua população”, disse.