O líder do PTB na Câmara, Jovair Arantes (GO), anunciou nesta quarta-feira, 2, que os integrantes da bancada irão apoiar a candidatura à reeleição da presidente Dilma Rousseff. Segundo o líder, dos 24 integrantes da bancada da Câmara apenas o deputado Eros Biondini (MG) se posicionou contra apoiar a candidatura da petista. A decisão foi anunciada após encontro em Brasília que também contou com a participação do senador Armando Monteiro (PE), aliado do PT na campanha pelo governo de Pernambuco. O senador não quis falar na saída da reunião.
Segundo Arantes, antes do encontro de hoje, além de Monteiro, os senadores Fernando Collor (AL), Epitácio Cafeteira (MA) e João Vicente Claudino (PI) também manifestaram apoio “total” e “irrestrito” à campanha de Dilma. O líder da bancada no Senado, Gim Argello (DF), deve apoiar a campanha presidencial de Aécio Neves (PSDB). “Tínhamos um comprometimento que é anterior. Desde as eleições passadas, que estamos apoiando a Dilma, antes de ela ser eleita. Essa decisão é conjunta de deputados e senadores”, afirmou Arantes.
Questionado o que a decisão poderia trazer de benefício para a campanha nacional do PT, o deputado respondeu: “Pode trazer votos. Eu, por exemplo, a minha base toda é Dilma, inclusive com prefeitos do PSDB, com prefeitos do PSD, do PP, de todos os partidos. A minha base é ampla em Goiás e meus prefeitos estarão comigo nesse processo. Então daremos a Dilma além do apoio político, votos”, afirmou. O parlamentar é um dos coordenadores do movimento “Dilmar” (Dilma e Marconi Perillo) que prega o voto na campanha da petista para presidente e no atual governador Marconi Perillo (PSDB), que tentará a reeleição.
A decisão de hoje também revela um racha dentro da legenda que na última sexta-feira (27) realizou convenção nacional e oficializou apoio à candidatura presidencial de Aécio Neves (PSDB). Antes de encontro nacional, integrantes da Executiva Nacional do PTB chegaram a declarar apoio à presidente Dilma em almoço realizado no último dia 21 de maio, em Brasília. O evento contou com a participação da presidente, que no discurso agradeceu a adesão do partido.
“A executiva tomou um novo rumo depois, a gente respeita, mas não concordamos. Inclusive não participamos da convenção. Não fomos consultados para mudar de posição, e mesmo se fôssemos teríamos dificuldade pelo almoço que já tinha sido feito”, ressaltou o líder da legenda na Câmara. A guinada da bancada repete o mesmo movimento ocorrido em 2010 quando a cúpula nacional da legenda declarou apoio à campanha presidencial de José Serra (PSDB) e os deputados optaram por defender a candidatura de Dilma.