O líder do PSDB no Senado, Arthur Virgílio (AM), apresentou hoje denúncia contra o presidente da Casa, José Sarney (PMDB-AL), por supostas irregularidades na instituição. No plenário, Virgílio afirmou que Sarney “não tem mais a mínima condição moral” de permanecer a frente do Senado. “Quero a saída de José Sarney da presidência do Senado”, disse.
O líder do PSDB afirmou que espera que a denúncia seja transformada em uma representação contra Sarney com o aval do PSDB. Individualmente, como senador, Virgílio não pode apresentar representação, o que cabe ao partido político. Ele ainda pediu a demissão do serviço público dos ex-diretores Agaciel Maia e João Carlos Zoghbi e solicitou investigação de todos os primeiros-secretários e presidentes da Casa que trabalharam com Agaciel.
Sarney é um dos parlamentares citados entre os que teriam parentes beneficiados por meio de atos secretos adotados para criação de cargos, nomeações e aumentos salariais na Casa, conforme denunciou reportagem do jornal O Estado de S. Paulo. Além disso, o esquema de crédito consignado no Senado, alvo de investigação da Polícia Federal (PF), inclui entre seus operadores José Adriano Cordeiro Sarney, neto do peemedebista.
Virgílio foi à tribuna contestar reportagem publicada pela revista “Isto É” na qual é feita a denúncia de que sua mãe obteve ressarcimento de gastos com saúde acima do habitual, de que ele recebeu dinheiro do ex-diretor Agaciel Maia para pagar despesas de viagens a Paris e de que ele tem funcionário de seu gabinete morando no exterior. Em seu discurso, Virgílio disse que se a tentativa da revista era intimidá-lo ou colocá-lo em posição genérica, “se enganou”. “Estou à disposição de quem queira me investigar”, disse. O parlamentar tucano criticou a revista acusando-a de “central de chantagens”.