Incomodado com a repercussão de que a nomeação do vice-governador de São Paulo, Guilherme Afif Domingos, para a Secretaria de Micro e Pequena Empresa significa a entrada oficial do PSD no governo Dilma Rousseff, o líder do partido na Câmara dos Deputados, Eduardo Sciarra (PR), reforçou que a sigla continuará atuando de forma independente no Congresso, apesar de hoje votar com o governo pela aprovação da MP dos Portos.
“O que as pessoas se sentiram incomodadas é que, sem a gente estar de fato atuando aqui no Congresso como base, a gente recebe a pecha de ‘fomos para o governo, somos fisiológicos e vamos votar com o governo’. Não é isso. Nós não somos fisiológicos e não queremos que caracterize essa nossa posição no ministério”, desabafou o deputado.
Sciarra divulgou uma nota oficial da bancada federal destacando as qualidades de Afif e sua decisão de caráter pessoal. “Essa decisão pessoal do nosso correligionário pode contribuir muito para o nosso País, porém não vai fazer com que mude a nossa posição de atuação no Congresso Nacional”, disse o líder aos jornalistas. Sciarra lembrou que, há dois meses, o presidente da legenda, Gilberto Kassab, anunciou que a possível escolha de Afif para a nova pasta não implicaria na incorporação do PSD na base do governo. “Estamos sendo coerentes com o que estamos dizendo há algum tempo”, reforçou.
O deputado disse que o partido ainda consulta os diretórios estaduais para definir sua posição em relação à sucessão presidencial de 2014, mas que atualmente a tendência é de apoio à reeleição da presidente Dilma Rousseff, uma vez que nove já se mostraram favoráveis a uma aliança com o PT. Até 2014, o PSD deverá se manter independente.
O deputado defendeu o texto aprovado pela Comissão Especial Mista para a MP dos Portos e disse que a medida traz modernização para os portos e melhora a competitividade da economia do País. No entanto, o comportamento da bancada dependerá dos destaques a serem apresentados em Plenário na noite desta quarta-feira, 8. “No texto em si, nós vamos votar a favor”, confirmou o deputado. Segundo ele, a senadora Kátia Abreu (PSD-TO) teria sido uma das “mentoras” do projeto e quem, na realidade, teria mudado de posição sobre o tema foi o governo.