Líder da bancada do PMDB na Câmara dos Deputados e um dos principais articuladores do “blocão” dos insatisfeitos com o Palácio do Planalto, Eduardo Cunha (RJ) usou as redes sociais para questionar a manutenção da aliança com o PT na campanha de reeleição da presidente Dilma Rousseff e atacar o presidente petista, deputado Rui Falcão (SP). Preocupado com a proporção da rebelião na base aliada no Congresso e o reflexo disso em ano eleitoral, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva deve desembarcar em Brasília nesta quarta-feira (5) exclusivamente para conversar com a presidente Dilma.
Em sua página no Twitter, o peemedebista disse que seu partido não é respeitado pelo PT e que, desta forma, começa a achar “boa a ideia de antecipar a convenção do PMDB”. “A cada dia que passo me convenço mais que temos de repensar esta aliança, porque não somos respeitados pelo PT”, escreveu.
Dos Estados Unidos, onde passará alguns dias do recesso de Carnaval, Cunha deixou claro o tamanho de sua insatisfação com a condução da reforma ministerial e não poupou críticas ao presidente nacional do PT. “A bancada do PMDB na Câmara já decidiu que não indicará qualquer nome para substituir ministros. Pode ficar tudo para o Rui Falcão”, ironizou. Cunha negou que tenha interesse em mais cargos na Esplanada dos Ministérios. “Não me compare com o que o partido dele fazia no RJ, doido atrás de boquinhas. Aliás, por onde passa o Rui Falcão, mais difícil fica a aliança”, afirmou.
Ao mandar seu recado na rede social, Cunha ganhou o apoio do deputado Lúcio Vieira Lima (PMDB-BA). “(Cunha) expõe os fatos e segue o que a bancada decidir”. O líder peemedebista avisou que levará o tema para a reunião da bancada, marcada para o retorno do recesso, em 11 de março.
O líder do PMDB avisou ainda que manterá a posição contra o relatório do deputado Alessandro Molon (PT-RJ) sobre o Marco Civil da Internet, um dos projetos que trancam a pauta da Câmara. O PMDB não aceita o tratamento dado pelo relator na questão da neutralidade da rede e na exigência de instalação de datacenters no País. “Com relação ao projeto do Marco Civil, queremos votar para destrancar a pauta, mas votaremos contra o projeto. Queremos internet livre de governo”, disse.