O governo enviou um primeiro sinal concreto de que continuará defendendo a permanência do senador José Sarney (PMDB-AP) no cargo de presidente do Senado. A líder governista no Congresso, senadora Ideli Salvatti (PT-SC), subiu à tribuna hoje para defender o peemedebista, dizendo que não se pode atribuir “a um único parlamentar, seja ele quem for”, a responsabilidade pela crise deflagrada por denúncias de irregularidades na Casa.
O discurso da senadora foi uma reação à decisão da bancada do DEM de pedir o afastamento temporário de Sarney da presidência. Ideli afirmou que cabe ao Senado tomar as providências em relação às denúncias de irregularidades e que Sarney já deu encaminhamento a várias sugestões apresentadas para solucionar o problema. Ela condenou qualquer iniciativa de “um vestal vestido com o manto da ética” para responsabilizar exclusivamente Sarney pela crise.
A petista afirmou ainda que está sentindo que há na Casa um movimento para encontrar rapidamente “algo” que acalme o Senado, mas disse que o importante “não é acalmar, é resolver a crise, sem partidarizar”. Sarney é um dos parlamentares citados entre os que teriam parentes beneficiados por meio de atos secretos adotados para criação de cargos, nomeações e aumentos salariais na Casa, conforme reportagem do jornal O Estado de S. Paulo. Além disso, o esquema de crédito consignado no Senado, alvo de investigação da Polícia Federal (PF), inclui entre seus operadores José Adriano Cordeiro Sarney, neto do peemedebista.