O presidente da Associação de Moradores da Rocinha, Carlos Eduardo Barbosa, o Cadu, admitiu que foi o responsável por promover o encontro entre a campanha do candidato à prefeitura do Rio Marcelo Crivella (PRB) e a viúva do pedreiro Amarildo de Souza, desaparecido em julho de 2013. Elisabete Gomes da Silva teria gravado um vídeo com a equipe de Crivella com acusações ao adversário Marcelo Freixo (PSOL).
O objetivo era que Elisabete denunciasse Freixo e o advogado João Tancredo, do Instituto de Defensores de Direitos Humanos (DDH), por suposto desvio de dinheiro da indenização recebida pela família pelo desaparecimento do auxiliar de pedreiro. Tancredo foi doador da campanha de Freixo.
Em entrevista ao Estado, Cadu disse que Elisabete o teria procurado para reclamar do suposto desvio. “Disse para ela que tinha amigos na campanha (de Crivella) e que poderia combinar o encontro.” Em nota, a campanha de Crivella disse que “foi contatada pela Associação de Moradores da Rocinha” informando que a viúva de Amarildo “queria conversar sobre o dinheiro arrecadado numa campanha de solidariedade à família que não foi repassado integralmente a ela”.
A campanha Somos Todos Amarildo arrecadou R$ 359 mil – a família do pedreiro recebeu R$ 186 mil e o restante foi doado para ONGs como Tortura Nunca Mais e Associação de Mídia Comunitária da Rocinha.
Quase dois dias depois da gravação do vídeo, Elizabete registrou queixa contra a campanha de Crivella (PRB), na 11.ª Delegacia de Polícia (Rocinha). Ela alegou ter sido coagida a dar declarações contra Freixo, afirmou que recebeu R$ 190 e estava sob efeito de drogas. Ontem, o Tribunal Regional Eleitoral do Rio (TRE-RJ) negou o pedido de Elisabete para que a campanha não usasse o vídeo no horário eleitoral. Até sexta-feira (28), o material não tinha sido usado. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.