Lucimar do Carmo / O Estado do Paraná |
Requião veste a camisa e entra para valer na campanha de vanhoni. |
O governador Roberto Requião (PMDB) incorporou-se oficialmente ontem à campanha do deputado estadual Angelo Vanhoni (PT) à prefeitura de Curitiba, durante um almoço oferecido a lideranças e militantes peemedebistas e petistas do interior do Estado, no restaurante Madalosso, em Santa Felicidade.
Requião transmitiu o cargo ao vice-governador Orlando Pessuti (PMDB) às 11 horas no Palácio Iguaçu e, em seguida, junto com Vanhoni, liderou uma carreata até o local do almoço. O governador disse que estava retribuindo o apoio que recebeu do PT na eleição de 2002. O governador estará licenciado do cargo até o dia da eleição no próximo domingo, 31.
“É a nossa contribuição do MDB velho de guerra que não quer que Curitiba volte atrás”, disse o governador, citando seu slogan de campanha – “Voltar atrás, nunca mais” – para a prefeitura de Curitiba em 85. O governador disse que não está preocupado em chamar para si a responsabilidade de alterar um quadro que, conforme as pesquisas de intenções de voto, mostra-se favorável ao adversário Beto Richa (PSDB).
Para o governador, é uma questão de obrigação ajudar na definição do processo eleitoral em Curitiba. “Não tenho receio de ônus algum. Tenho obrigação, cumprimento do dever. É meu dever ajudar a virar esse jogo. E vai virar”, afirmou Requião. Ele disse que a licença não é uma “atitude quixotesca” do governador. “É uma contribuição pensada, efetiva e que levará o Vanhoni à prefeitura”.
Durante a solenidade de transmissão de cargo, Requião disse que sua licença tem motivação doutrinária e ideológica. “Eu me afasto por quatro dias úteis, mais o sábado e o domingo, movido pela paixão pela cidade. Sou curitibano de nascimento, fui prefeito desta cidade, e tenho uma preocupação enorme com os seus destinos. Vou para a campanha defender princípios doutrinários, ideológicos e programáticos. São dezesseis anos de domínio de um grupo que quis vender a Copel, privatizar a Sanepar, fez isenção de impostos para multinacionais e cobrou impostos pesados dos pequenos comerciantes. Nós mudamos esse estilo de governo. A política social é uma diferença básica entre a banda de lá e a de cá”, afirmou.
Por etapas
Ao tomar posse, o vice-governador Orlando Pessuti disse que vencer a eleição em Curitiba é o complemento à vitória de Requião e Lula em 2002. “Vamos concluir com chave de ouro esse processo. Vamos completar essa caminhada que estamos fazendo em busca da concretização de um projeto político”, afirmou o vice. Para substituir Requião, Pessuti deixou o cargo de secretário da Agricultura. Até a próxima semana, o secretário interino será o diretor-geral da pasta, Nilton Pohl Ribas.