O ministro da Fazenda, Joaquim Levy, afirmou nesta sexta-feira, 4, que o pedido de impeachment da presidente Dilma Rousseff, em tramitação na Câmara dos Deputados, não atrapalha em nada o andamento das votações de interesse do governo no Congresso, especialmente as relativas ao ajuste fiscal. “O pedido de impeachment é até um motivador, para trazer mais transparência e deixar mais claras as políticas do governo”, afirmou. Para Levy, “não há porque ter receio sobre o impeachment”.

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Segundo o ministro, este é o momento para o governo mostrar por que é governo e para onde quer ir. “É o momento mais importante para deixar claro quais as diretrizes”, ressaltou. De acordo com Levy, em uma democracia, a todo momento se reafirmam as crenças e a vontade de avançar. “Daqui pra frente vai ser mais claro o compromisso com a política do governo, do que se quer fazer”, estimou.

Para Levy, a decisão do presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ) de dar prosseguimento ao pedido de impedimento da presidente também não deve afetar a avaliação do País por parte das agências de classificação de risco. “Uma decisão das agências depende da resposta que se dá e do futuro que se quer construir. Elas querem saber qual a proposta e o compromisso do governo com o crescimento e a adequação da dívida ao tamanho do Brasil”, afirmou.

Levy reconheceu, no entanto, que a economia brasileira tem sentido os efeitos da crise política em Brasília. “Não é segredo para ninguém que a crise política tem afetado o PIB (Produto Interno Bruto), como se pode ver com o resultado do terceiro trimestre, assim com ao arrecadação”, afirmou, em referência à queda de 1,7% do PIB no período de julho a setembro na comparação com o trimestre anterior, conforme informou o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

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Levy elogiou a atuação dos parlamentares da base aliada e disse que os representantes do governo na Câmara e no Senado têm se esforçado para garantir a aprovação de projetos de interesse do Planalto. “O Congresso está consciente de que a população brasileira espera a aprovação das medidas importantes do ajuste fiscal”, afirmou, ao ser questionado pela reportagem sobre as expectativas quanto às votações do Orçamento de 2016, da Desvinculação de Receitas da União (DRU), da volta da Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira (CPMF), e Medidas Provisórias que aumentam impostos sobre grandes fortunas e tratam do aumento de juros sobre capital próprio.