Lessa cobra Lula e Dilma em campanha em Alagoas

Abandonado pelo Palácio do Planalto e acuado pelo processo que sofreu até a véspera da eleição com base na Lei da Ficha Limpa, o ex-governador de Alagoas Ronaldo Lessa (PDT) quer mais empenho do presidente Luiz Inácio Lula da Silva e da presidenciável Dilma Rousseff (PT) no segundo turno que disputará com atual governador Teotonio Vilela Filho (PSDB). Logo após sair o resultado das urnas, hoje de madrugada, os dois candidatos partiram para o ataque e iniciaram a busca por alianças.

Lessa tem como seu principal aliado o senador Renan Calheiros (PMDB), que se elegeu com votação menor do que esperava e acabou em segundo lugar. Vilela também quer tucanos ilustres no palanque, como o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso e o presidenciável José Serra. Porém, acha que o que define a disputa é o apelo local e vai tentar alianças com prefeitos e lideranças estaduais, inclusive o ex-presidente Fernando Collor (PTB). “Não tenho preconceito e pelo bem de Alagoas buscarei seu apoio”, afirmou.

À frente no primeiro turno, com 39,5% dos votos, Vilela fez carreata na madrugada nas praias de Maceió para comemorar o resultado. Apesar do quadro adverso, Lessa superou Collor por menos de um ponto porcentual de diferença. Ele obteve 394.155 votos (29,16%), contra 389.337 (28,81%) do ex-presidente.

Lessa considerou útil Dilma não ter ganho já. “Só assim teremos a presença dela na nossa campanha”, afirmou. Para ele, o apoio de Lula será decisivo para derrotar Teotonio, que a seu ver fez um governo “emperrado” e “alheio” ao sofrimento do povo. “Vamos mandar essa tucanada para fora de Alagoas”, desafiou.

Vilela reconheceu que os indicadores sociais de Alagoas são “desastrosos”, mas disse que eles são fruto de 30 anos de “desgovernos”, o que inclui os dois mandatos de Lessa (1998-2006). Segundo ele, agora o Estado começou a deslanchar, com 151 canteiros de obras simultâneas. “Já o governo Lessa, em oito anos, trouxe o Picolé Caicó”, ironizou.

Surpresas

O governador começou a campanha patinando em terceiro lugar, com apenas 24% das intenções de voto, mas virou no final. Outras surpresas foram as derrotas de Collor e da vereadora Heloísa Helena (PSOL), que caiu da liderança para terceiro lugar e perdeu a vaga de senadora para o deputado Benedito de Lira (PP).

Abatidos, os dois não quiseram falar com a imprensa. Collor emitiu uma nota lacônica na rede de microblogs Twitter, na qual agradece aos alagoanos “pelos 389.337 votos de confiança”. Heloísa Helena, nem isso.

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