O ex-governador de Alagoas Ronaldo Lessa (PDT) anunciou hoje, em entrevista coletiva, sua pré-candidatura ao governo do Estado nas eleições deste ano. Ele estava ao lado do senador Renan Calheiros (PMDB), do deputado federal Benedito de Lira (PP), do deputado federal Augusto Farias (PTB) e do presidente do PT em Alagoas, Joaquim Brito. A coletiva contou também com a presença do prefeito de Maceió, Cícero Almeida (PP), que esta semana abriu mão da disputa para apoiar Lessa.
Durante a coletiva, o prefeito defendeu a candidatura de Benedito de Lira ao Senado, numa dobradinha com Renan. Com isso, a candidatura do delegado da Polícia Federal José Pinto de Luna, pelo PT, ao Senado seria sacrificada. Questionado sobre essa possibilidade, o presidente do PT disse que o partido continua bancando a candidatura de Luna, mas já pensa em fazer uma consulta à Justiça Eleitoral para saber se a coligação poderia ter três candidatos ao Senado.
A coletiva deixou irritados alguns dirigentes do PT em Alagoas, que já pensam em realizar um abaixo assinado para colher assinaturas de apoio à pré-candidatura de Luna, dentro do “chapão” de oposição ao governo de Teotônio Vilela Filho (PSDB), que deve ser candidato à reeleição. Caso não consigam viabilizar essa alternativa, o partido se contentaria com a indicação do candidato a vice-governador na chapa encabeçada por Ronaldo Lessa.
Sobre a participação do senador Fernando Collor (PTB) no palanque da ministra Dilma Rousseff, pré-candidata do PT à Presidência, em Alagoas, Joaquim Brito disse que não vê problema algum. “O partido dele (Collor) faz parte da base aliada do governo Lula, está na coligação do nosso candidato ao governo e estará no nosso palanque da nossa candidata à Presidência”, afirmou Joaquim Brito. Segundo ele, não existe aliança com exclusão de nomes, nem queimação de lideranças.
Na entrevista coletiva, Lessa disse que abriu mão do desejo de ser candidato ao Senado para disputar o governo e “mudar Alagoas”. Para o ex-governador, o apoio do presidente Lula à sua pré-candidatura ao governo foi decisivo para essa tomada de decisão. “A necessidade de mudança é algo que todos nós temos em comum. Alagoas não pode continuar a serviço da elite. Precisamos devolver Alagoas ao povo, fazer com que as questões sociais voltem a ser prioridade”, afirmou Lessa.
De acordo com o ex-governador e atual assessor especial do ministro do Trabalho, Carlos Lupe, o nome do vice da sua chapa ainda não foi definido. “O prefeito Cícero Almeida tem interesse em indicar o vice e o PTB também. Por isso, esse é um assunto que ainda será melhor discutido”. Lessa disse ainda que as discussões sobre os dois candidatos ao Senado também continuam, já que o “chapão” tem quatro pretendentes: Renan, Benedito de Lira, Pinto de Luna e Eduardo Bomfim (PCdoB).
A disputa pelo governo do Estado deverá ter também a participação do PSOL. O nome mais cotado para disputar o governo pelo PSOL é do engenheiro agrônomo Mário Agra. Para o Senado, o partido deverá lançar a candidatura da vereadora por Maceió e ex-senadora, Heloísa Helena. O PSOL estuda a possibilidade de uma coligação com o PSTU em Alagoas, mas depende ainda de definições nacionais, já que o partido está dividido entre uma candidatura própria ou o apoio à pré-candidatura da ex-ministra Marina Silva (PV).