O candidato a presidente da República pela Grande Aliança (PSDB/PMDB), José Serra, disse na noite de ontem em Curitiba, onde participou de um comício, que vai propor uma emenda constitucional para facilitar a intervenção do governo federal nos Estados, caso haja problemas de segurança pública.
Segundo ele, do modo como existe hoje a intervenção torna-se inviável. “Se tem um problema você é obrigado a intervir em tudo para cuidar da educação, saúde, tem que sair o governador e paralisa a votação de todas as emendas constituicionais”, afirmou. “Nós vamos propor uma mudança na Constituição para que possa haver uma intervenção específica na área de segurança quando for o caso”, disse.
Serra falou para cerca de 40 mil pessoas, segundo os organizadores do evento, na Boca Maldita, local de concentração no centro da cidade. Na saída, ele teve um contato rápido com o engenheiro florestal Anderson Pezzatto, 28 anos, formado há seis meses e desempregado. “Ele fala em 8 milhões de empregos, estamos aí”, disse o rapaz. Serra não disse nada, mas uma assessora entregou um cartão ao engenheiro. Pezzatto, que não se decidiu em quem votar ainda, disse que vai mandar um e-mail com seu currículo já na segunda-feira.
Antes de Serra chegar ao palanque, o governador do Paraná, Jaime Lerner (PFL), foi vaiado durante todo o discurso que fez. As vaias começaram logo que ele foi anunciado. Tentando abafar o som das vaias, o governador repetia “muito obrigado, Paraná, muito obrigado, Curitiba”. E continuou no tom de agradecimento “por ajudar a avançar o Estado”.