O Palácio Iguaçu divulgou ontem que o ex-governador Jaime Lerner (PFL) deixou de pagar mais de R$ 5 milhões gastos com telefonia pelo governo.
O valor é referente às despesas realizadas entre julho e dezembro do ano passado, e abrange a telefonia fixa e celular, locação de equipamentos de telefonia e pagers.
O levantamento foi realizado pelo secretário estadual da Administração e Previdência, Reinhold Stephanes, que apurou que o valor total é de R$ 5.718.445,07. Como já são seis meses sem pagamento todas as secretarias, inclusive o Palácio Iguaçu, correm o risco de ter os serviços telefônicos cortados. O governo já está estudando formas para quitar a dívida, e irá conversar com as operadoras para evitar o corte.
Esta não é a primeira conta deixada pelo governo passado para ser paga. Há também a dívida com a Embratel, que deve chegar a R$ 600 mil. Como o governo anterior não pagou, as 35 repetidoras do Canal Paraná foram desconectadas, e com isso o Canal passou a ser transmitido apenas para Curitiba.
O governador Roberto Requião (PMDB) não descarta que haja outras contas pendentes, e que estas descobertas apenas comprovam a forma como a administração estadual estava sendo conduzida.
O ex-secretário estadual de Comunicação Social, Deonilson Roldo, atual secretário municipal da mesma pasta, afirmou desconhecer a informação de que o governo Lerner teria deixado dívidas pendentes. “Não tenho esta informação, mas considero inverossímil o valor de R$ 5 milhões”, disse. “Até onde eu sei, as contas estavam em dia, inclusive a da telefonia”, contou.
Comissão
A comissão criada pelo governador Roberto Requião (PMDB) para apresentar diretrizes que levem à elaboração do novo Plano de Desenvolvimento Urbano para o Paraná definiu ontem seu cronograma de trabalho. O grupo terá 45 dias para apresentar um relatório. Na reunião, ficou acertado que técnicos do Paranacidade e do Ipardes vão fazer um diagnóstico do quadro atual e conhecer os projetos existentes, além dos recursos disponíveis. A partir destas informações, a comissão será dividida subcomissões, cada qual responsável por uma das sete ações propostas para a formulação do Plano de Desenvolvimento Urbano.
Segundo proposta do arquiteto Luiz Forte Neto, num primeiro momento as subcomissões trabalharão na organização da malha urbana estadual; ordenação institucional; articulação da administração; estabelecimento de parâmetros de atendimento; instrumentalização da gestão municipal; captação de recursos e formulação de políticas e programas de curto, médio e longo prazos. No decorrer dos trabalhos, esta relação poderá sofrer alterações, com adição de novas ações conforme o surgimento das necessidades.