O suplente de senador e ex-deputado federal Léo de Almeida Neves, no livro sobre fatos históricos do Brasil e do Paraná que lançará pela editora Paz e Terra, citou uma série de fatos que destacam a coragem do ex-governador Paulo Pimentel diante da ditadura militar. “Paulo Pimentel, que governou o Paraná nos anos de 1966 a 1970, sempre teve espírito democrático e coragem cívica”, elogiou. Segundo Neves, enquanto todos os governadores nomearam oficiais do Exército para o cargo de secretário de Segurança Pública, Pimentel escolheu o professor universitário e ex-presidente de Tribunal de Justiça do Paraná, José Munhoz de Mello.
Ele lembra que durante a Campanha da Legalidade, para garantir a posse de João Goulart na Presidência da República, depois da renúncia de Jânio Quadros, o desembargador José Munhoz de Mello interrompeu suas aulas de Direito Constitucional na Faculdade de Direito da Universidade Federal do Paraná. E enviou carta ao diretor da faculdade com o seguinte texto: “Só voltarei a lecionar após a investidura do vice-presidente João Goulart, sucessor legítimo do Chefe da Nação em caso de vacância do cargo, nos termos da Constituição Federal”, disse.
Léo de Almeida Neves disse ainda que, durante a gestão Paulo Pimentel, as passeatas estudantis foram respeitadas no Paraná e puderam se realizar livremente. O livro vai contar também que na primeira eleição para governador do Paraná pelo voto direto, em 1982, depois do período autoritário, Paulo Pimentel era apontado nas pesquisas eleitorais como o candidato preferido ao Palácio Iguaçu dentro do seu então Partido, o PDS, e deveria disputar o Palácio Iguaçu por uma das sublegendas.
A bancada oposicionista do MDB, com apoio de parlamentares do PDS, conseguiu derrubar no Congresso Nacional o instituto da sublegenda. Paulo Pimentel acabou sendo preterido em seu partido, em favor de outro candidato.