O candidato do PSDB à Prefeitura de Belo Horizonte, deputado estadual João Leite, entrou com uma notícia-crime na Justiça Eleitoral de Minas por calúnia contra seu adversário na disputa, Alexandre Kalil (PHS).

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O motivo foi a acusação, feita pelo candidato do PHS no debate eleitoral na sexta-feira passada, de que o tucano teve o nome incluído na chamada lista de Furnas, uma relação de políticos que teriam recebido recursos da estatal para campanhas eleitorais.

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Durante o debate, realizado pela Rede TV, Kalil citou a lista para rebater outra acusação, de roubo, em relação a direitos trabalhistas não recolhidos pela sua empresa. “Eu roubo mas não peço propina em Furnas”, disse Kalil, em gafe que viralizou horas depois.

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Apesar de polêmica, João Leite, ao menos por enquanto, não a utilizou na propaganda eleitoral. O comitê tucano afirmou que a possibilidade de uso da declaração do rival na propaganda ainda está sendo avaliada.

Kalil aparece numericamente à frente na corrida pelo comando da prefeitura, conforme pesquisa Ibope divulgada na quinta-feira passada, com 41% das intenções de voto, ante 35% de João Leite. Com a margem de erro de três pontos porcentuais para mais ou para menos, o cenário mostra um empate técnico na disputa.

Lista de Furnas

A lista de Furnas, que segundo laudo da Polícia Civil seria falsa, surgiu nos anos 2000 durante investigação na estatal sobre esquema de corrupção e lavagem de dinheiro na estatal.

O assunto é recorrente em disputas eleitorais envolvendo tucanos no Estado, pois inclui nomes de integrantes do partido.

Notícia crime.

Caso a notícia-crime seja aceita pela Justiça Eleitoral, o próximo passo será o comunicado à Kalil para que se posicione sobre a ação.

O candidato pode ser enquadrado artigo 324 da legislação eleitoral, que diz: “caluniar alguém na propaganda eleitoral, ou visando fins de propaganda, imputando-lhe falsamente fato definido como crime”. A pena prevista é de seis meses a dois anos de reclusão, além do pagamento de multa.

Procurada pela reportagem, a assessoria de Kalil não retornou contato até a conclusão desta edição.