Falando como vice-líder do governo Lula na Câmara Federal, o deputado Ricardo Barros (PP) admitiu, em entrevista ao portal Congresso em Foco, que o Legislativo está insatisfeito com o Poder Judiciário e que a demora da Câmara em votar projetos como o aumento para os ministros do Supremo e os promotores é intencional e só seria resolvida com concessões.

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Na entrevista ao site, o deputado revelou o descontentamento dos parlamentares com a questão dos “fichas-sujas”, levantadas pela Associação dos Magistrados Brasileiros (AMB) na época dos registros de candidaturas para as eleições municipais, a qual chamou de idiotice; criticou a postura do Judiciário contra a equiparação salarial dos três poderes; pediu a responsabilização do Ministério Público, que, segundo ele, não sofre nenhuma conseqüência se fizer denúncias descabidas e disse que, apenas na base da pressão, “sem concessões”, o Judiciário não conseguirá que seu reajuste seja aprovado pelo Congresso.

O deputado reafirmou a O Estado que “estamos enfrentando problemas com o Judiciário” e ilustrou a situação com o caso Belinati. “O Ministério Público e a AMB fizeram um “H” com a questão dos ‘fichas-sujas’ e entupiram a Justiça de processo infundados, o que só serviu para atrasar os julgamentos importantes no TSE. Se não fossem esses atrasos, o caso do Belinati poderia ter sido julgado antes das eleições e, se perdesse os recursos, ele poderia ser substituído”, disse o deputado.

Outro problema comentado por Barros foi a responsabilização do Ministério Público. “Se o MP faz uma denúncia, a parte tem de pagar advogado, tem de defender a imagem perante a imprensa e, se provada que a denúncia é infundada, nada acontece com o promotor”, questionou. Mas o parlamentar não quis aprofundar a discussão.

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“Isso é assunto para 2009, para o novo presidente da Câmara resolver, não vou me concentrar nisso agora.” A íntegra da entrevista de Ricardo Barros ao Congresso em Foco pode ser lida no site www.congressoemfoco.com.br.