O ex-gerente geral de Implementação de Empreendimentos para a Refinaria Abreu e Lima Glauco Legatti admitiu à CPI da Petrobras que teve encontro com o delator Shinko Nakandakari em hotéis no Rio de Janeiro. Legatti afirmou que tinha uma relação de amizade com Nakandakari e que fora do horário de trabalho se encontrava com ele em alguns hotéis da cidade.

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Na delação feita à Justiça Federal, Nakandakari revelou que chegou a levar R$ 50 mil em dinheiro vivo para Legatti e que ele aceitou a propina. Os encontros ocorriam em hotéis no Rio. O primeiro foi no Sofitel, depois no Hotel Cesar Park. Os pagamentos ocorriam em intervalos de 30 e 60 dias.

Ao negar que tenha recebido propina do delator, Legatti disse que terá alguns meses pela frente para decidir se pretende interpelá-lo judicialmente. “Qualquer coisa que eu fizesse agora não teria resultado”, respondeu.

Sigilo

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O ex-gerente geral disse à CPI que não teria problema em permitir a quebra de seu sigilo bancário. “É uma prerrogativa de vocês”, declarou. Ele também afirmou que estaria disposto a fazer uma acareação com Nakandakari.

Durante o depoimento, Legatti revelou que ganha R$ 30 mil de salário da Petrobras e que ainda atua como engenheiro na companhia. No período em que esteve à frente da refinaria, Legatti ressaltou que esteve focado durante todo o tempo na construção do complexo e que não cuidou dos valores empenhados no projeto. “Paulo Roberto Costa não foi responsável pelo aumento do custo da refinaria”, enfatizou, em referência ao ex-diretor de Abastecimento que fechou acordo de delação premiada no âmbito da Lava Jato.

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Pressionado para admitir que recebeu propina de Nakandakari, o ex-gerente-geral vem reiterando que não se envolveu com o esquema de corrupção. O delator disse que deu R$ 400 mil a Legatti. “Ele (Nakandakari) devia ficar com o dinheiro e dizia que dava para o Glauco”, deduziu.