A pedido da força-tarefa Lava Jato do Ministério Público Federal no Paraná, foram cumpridos nesta segunda-feira, dia 1º, mandados de prisão de Guilherme Esteves de Jesus e de busca e apreensão no estaleiro Jurong. As medidas cautelares decorrem do aprofundamento das investigações a respeito de pagamentos de propina feitos pela empresa para a obtenção de contratos com a Petrobras. As informações foram divulgadas pela Procuradoria da República no Paraná.

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O Ministério Público Federal afirma que “Esteves já havia sido alvo de medidas cautelares de busca e apreensão e prisão anteriormente, o que ocasionou o oferecimento da ação penal nº 5050568-73.2016.4.04.7000, na qual se apura a prática de crimes de organização criminosa, corrupção e lavagem de dinheiro, com a utilização das contas Opdale e Black Rock”.

“Em decorrência do avanço das investigações, apurou-se que, além das contas Opdale e Black Rock, Esteves manteve no exterior outras quatro contas ocultas, pelas quais movimentou valores relacionados aos crimes de corrupção por ele praticados em favor da Jurong”.

“Além disso, a partir de informações recebidas por meio de cooperação jurídica internacional com a Suíça, o Ministério Público Federal tomou conhecimento de que, além dos pagamentos de vantagens indevidas, Esteves também repassou US$ 9.033.710,13 para contas mantidas no exterior por Martin Cheah Kok Choon, então presidente da Jurong no Brasil, por meio de diversas transferências fracionadas.

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As transferências bancárias noticiadas pelas autoridades suíças foram efetivamente confirmadas a partir da análise dos documentos bancários tanto das contas de Esteves como de Choon”, diz a Lava Jato.

De acordo com a força-tarefa, “em relação às transferências realizadas verificou-se que, em planilhas apreendidas em dispositivos eletrônicos de Esteves, havia referência à divisão com Choon de valores provenientes de contratos de sondas celebrados entre a Jurong e a Petrobras, o que reforçou os indícios de que o estaleiro não apenas sabia do cometimento dos crimes de corrupção por Esteves e o autorizava a praticá-los em seu benefício, mas também que seu presidente se beneficiava diretamente, com o recebimento de ‘kickbacks'”.

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“Por fim, constatou-se ainda que Esteves ainda possui contas ativas não declaradas no exterior, tendo sido bloqueado saldo de US$ 2.909.386,64 nessas contas. As medidas adotadas se mostraram necessárias como forma de impedir a prática de novos crimes por parte de Esteves e de aprofundar a investigação sobre possíveis outros casos de corrupção e lavagem de dinheiro praticados em favor dos interesses da Jurong”, afirmou a Lava Jato.

Até o fechamento dessa matéria, a reportagem não havia obtido o posicionamento dos citados. O espaço está aberto para manifestações.