Laudo médico feito a pedido da Justiça Federal diz que a empresária Cristina Mautoni, presa na Operação Zelotes sob a acusação de “comprar” medidas provisórias no governo, tem condições de continuar em regime fechado e não precisa ser transferida para a prisão domiciliar.

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A informação consta da análise feita por dois peritos, nomeados pelo juiz Vallisney de Souza Oliveira, da 10ª Vara da Justiça Federal em Brasília. A defesa da empresária havia solicitado a transferência para o regime domiciliar, justificando que ela não tem condições de saúde para permanecer numa unidade prisional.

Com base no laudo, o juiz decidirá se mantém Cristina na carceragem da Polícia Federal, em Brasília, ou se autoriza que ela fique em casa, em São Paulo. O juiz abriu prazo para que a defesa e o Ministério Público Federal (MPF) se manifestem sobre o documento. Só depois disso, deve tomar uma decisão.

Cristina é mulher do lobista Mauro Marcondes Machado, também preso por envolvimento no suposto esquema de “compra” das normas, que concederam incentivos fiscais para montadoras de veículos. O caso, investigado na Zelotes, foi revelado pelo jornal O Estado de S.Paulo em outubro. Os dois respondem a ação penal em curso na 10ª Vara.

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A prisão de Cristina é considerada um elemento que pode influenciar o casal a fazer delação premiada. Mauro completa 80 anos em abril e deve se valer de benefício que permite, nessa idade, passar ao regime domiciliar. A mulher dele, no entanto, é mais jovem e não conta com essa possibilidade. Uma eventual colaboração pode ser decisiva para tirá-la da cadeia.

Cristina está presa numa sala especial na Superintendência da PF em Brasília, a mesma em que ficou o senador Delcídio Amaral (PT-MS), preso na Lava Jato. Ela tem se apresentado em audiências na Justiça de cadeira de rodas.

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A empresária fez uma cirurgia vascular nas pernas em outubro. Por isso, inicialmente, ficou em prisão domiciliar para se recuperar. Porém, em janeiro, um laudo médico solicitado pela PF e o MPF considerou que ela tinha condições de passar ao regime fechado, o que foi autorizado pela Justiça. Desde então, a permanência na carceragem da PF vem sendo questionada pela defesa.