O ex-tesoureiro do PL (atual PR) Jacinto Lamas, condenado no julgamento do mensalão, obteve autorização da Justiça para trabalhar fora do presídio da Papuda, em Brasília. Condenado a cinco anos de prisão em regime inicialmente semiaberto pelo crime de lavagem de dinheiro, Lamas trabalhará como assistente administrativo na empresa Mísula Engenharia. De acordo com as informações encaminhadas à Vara de Execuções Penais, Lamas receberá salário de R$ 1,2 mil, mais vale transporte e vale-refeição (R$ 11) para tarefas rotineiras, como receber correspondências, organizar arquivos da empresa e atender telefonemas. Ele trabalhará de 8h às 18h com direito a uma hora de intervalo para almoço.
O juiz da Vara de Execuções Bruno Ribeiro afirmou que a autorização para o trabalho externo atende a uma das missões da pena a um criminoso – a ressocialização. A Justiça ainda avaliará o comportamento de Lamas no emprego para decidir, futuramente, se autoriza ou não a progressão de regime. “Não é muito lembrar que a concessão do beneplácito neste momento constitui uma possibilidade de se avaliar a disciplina, autodeterminação e responsabilidade do reeducando antes de uma possível transferência para um regime de pena mais avançado”, afirmou o juiz na decisão.
Apesar de autorizado a trabalhar, Lamas não obteve permissão para estudar fora. Ele havia pedido à Justiça autorização para cursar Fisioterapia durante a noite. O juiz da Vara de Execuções afirmou que o condenado precisa cumprir um sexto da pena para ter direito ao benefício. “Considerando que o requerente não se encontra no gozo do benefício das saídas temporárias, ante a falta de requisito temporal, ressaltando, ademais, que o estudo externo é benefício unicamente previsto para os presos do regime semiaberto que estejam no gozo das saídas temporárias, faz-se mister o indeferimento do pleito, na forma da lei”, decidiu o juiz.