O prefeito eleito de Belo Horizonte, Márcio Lacerda (PSB), cuja candidatura foi apoiada pelo governador Aécio Neves (PSDB) e pelo prefeito Fernando Pimentel (PT), defendeu que Minas volte a “ocupar um espaço mais relevante na política nacional”. “Essa aliança que se construiu aqui entre adversários tradicionais é uma sinalização de que a política mineira pode fazer no plano nacional”, afirmou ontem à TV Globo.
Lacerda disse que iniciará hoje a montagem de sua equipe de transição. Apoiado por ampla coligação, promete não fazer loteamento de cargos. A expectativa é em relação ao retorno do PSDB ao Executivo municipal após 16 anos de hegemonia petista, iniciada quando o hoje ministro do Desenvolvimento Social e Combate à Fome, Patrus Ananias, sucedeu Eduardo Azeredo. O socialista encabeçou uma coligação de 12 partidos, além da legenda tucana e do PPS, que foram obrigados a declarar apoio informal por conta do veto da Executiva Nacional do PT.
Um dia após a eleição de Lacerda, o prefeito Fernando Pimentel admitiu ontem que a tese política da convergência apregoada por ele e por Aécio representa uma exceção e ninguém deve ter a ilusão de que possa se repetir nas próximas disputas. Ameaçado de punição pela direção nacional do PT, o prefeito iniciou um movimento de reconciliação com as lideranças dissidentes em Minas e a cúpula do partido, que se opuseram ao polêmico acordo com o governador.
Pimentel garantiu que não vai brigar com Patrus em torno da candidatura para o governo do Estado em 2010. E incorporou o discurso do ministro, afirmando que a maior tarefa futura do PT é colocar em prática o “projeto nacional” de eleger “o sucessor ou a sucessora do presidente Lula”. “Aqueles que esperam uma disputa interna, uma guerra, uma luta dentro do PT em torno dessa questão da candidatura para governador vão se equivocar, vão se enganar.” As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.