Laboratórios empurram os remédios

?Perto de 20% do que se gasta com medicamentos especais hoje no Brasil são jogados fora, pois não têm eficácia?. A afirmação é do presidente do Conselho Nacional dos Secretários da Saúde (Conass) e secretário da Saúde do Rio Grande do Sul, Osmar Terra. Segundo ele diversos laboratórios estão obrigando os estados a comprarem medicamentos experimentais, ou seja, que ainda não foram liberados pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anivisa), cujos resultados são eficientes em apenas 2% dos casos.

Terra explicou que normalmente um médico conhece um medicamento fora do País e acaba indicando para um paciente, que busca isso no sistema público de saúde. ?Como ele não faz parte da lista de medicamentos do SUS e não existe no Brasil, o paciente obtém uma determinação judicial para receber o remédio. Só que muitas vezes esse medicamento não tem a eficácia comprovada ou é administrados em altas doses que podem comprometer ainda mais a vida do paciente?, disse. Ele acrescentou que os laboratórios precisam testar esses medicamentos, mas não podem fazer isso às custas dos estados.

Em quatro anos no Brasil, apenas o programa de dispensação de medicamentos excepcionais dobrou os gastos, passando de R$ 1,05 bilhão em 2003 para R$ 2,3 bilhões em 2006. ?Defendemos que todos têm o direito de receber os medicamentos, mas não em doses desnecessárias, experimentais e sem eficácia. O laboratório tem o dever de comprovar seu medicamento, mas nós não podemos pagar por isso?, desabafou. 

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