Numa rápida passagem por Brasília, o secretário de Estado dos Estados Unidos, John Kerry, visitou nesta terça-feira a sede da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes), em Brasília, para, em teoria, conhecer a experiência dos brasileiros inscritos no programa Ciência sem Fronteiras. Mas não bolsistas do programa estavam entre os expositores.
“Ligaram ontem (nesta segunda-feira) da embaixada americana e pediram para que fôssemos expor. Tivemos menos de 12 horas (de preparação)”, disse o engenheiro elétrico Ticiano Bragatto, que apresentou um veículo não tripulado do Centro de Apoio ao Desenvolvimento Tecnológico da Universidade de Brasília (UnB).
Outro expositor escalado pra recepcionar Kerry e que não faz parte do programa, o estudante Rafael Cortes, apresentou experimento do Laboratório de Automação e Robótica, também da UnB. Cortes pensa em pegar uma das bolsas do Ciência sem Fronteiras para doutorado, provavelmente nos Estados Unidos. De acordo com o ministro da Educação, Aloizio Mercadante, os expositores que ainda não estão no programa são “alunos em potencial” do Ciência sem Fronteiras. Mercadante admitiu que foram convidados alunos da UnB para mostrar a produção científica ao secretário de Estado dos EUA.
Kerry atrasou-se cerca de 20 minutos na chegada ao prédio da Capes, trocando rápidas palavras com os pesquisadores. Entre os presentes, estava o aluno de engenharia elétrica Pedro Nehme, de 21 anos, que conseguiu uma bolsa do Ciência sem Fronteiras e fez estágio de dez meses na Nasa. “Todo mundo sonha em fazer parte de um projeto grande. Aprendi muito na Nasa. Eles (americanos) ficaram surpresos com o nível dos estudantes brasileiros, já que não sabiam se a gente poderia competir em pé de igualdade com eles”, afirmou Nehme.
Prazo
Banners dispostos perto das bancadas informavam que o Ciência sem Fronteiras prevê a concessão de 101 mil bolsas até 2015. Em entrevista ao programa de rádio Café com a Presidenta, no dia 19 de novembro de 2012, a presidente Dilma Rousseff disse que o País avançava no desafio de “levar 101 mil estudantes para o exterior até 2014”. Segundo Mercadante, todas as 101 mil bolsas serão concedidas até 2014, mas alguns alunos só embarcarão em 2015. “Você concede a bolsa e depois tem um prazo para ver a documentação, visto de entrada, e o embarque. Entre a concessão e o embarque tem sempre uma diferença”, afirmou.