Um concorrido evento político na manhã de hoje, em Salvador, constituiu o primeiro passo para a formalização do Partido Social Democrático (PSD), que está sendo criado pelo prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab (DEM). Com o objetivo de coletar assinaturas para a abertura do processo de criação da legenda, o evento reuniu deputados e ex-deputados, vereadores, prefeitos e ex-prefeitos, além de lideranças da base aliada dos governos federal e estadual, na Bahia.

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Kassab apresentou o novo partido com um discurso contraditório. Inicialmente disse que o PSD terá uma postura independente, na esfera federal, defendendo, porém, o melhor para o Brasil. Ao finalizar o evento, completou para uma plateia formada basicamente por petistas e aliados, que “o melhor para o Brasil será ajudar a presidente Dilma Rousseff e o governador Jaques Wagner (PT), na Bahia”.

O futuro comandante da legenda no estado, o vice-governador Otto Alencar – que chegou a governar a Bahia sob a liderança do ex-senador Antonio Carlos Magalhães, já falecido, foi mais direto: “Aqui na Bahia não terá essa história de independência. Eu sou vice-governador e nós estaremos na base. Acredito que em Brasília também será assim.

Kassab e Otto destacaram o caráter democrático e flexível da nova agremiação afirmando que uma cláusula do estatuto dará ao filiado amplo direito de se desfiliar quando desejar. “No momento em que qualquer um se sentir desconfortável dentro do partido, terá liberdade para seguir o rumo que bem desejar. Não prenderemos ninguém”, garantiu o líder baiano. “Aqui não funcionará a lei do passe, do futebol, agiremos como a lei do divórcio, que permite a separação consensual”, comparou.

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Kassab negou que a fundação da nova sigla esteja atrelada a pretensões eleitorais suas. “Sou candidato a ser um bom prefeito de São Paulo”, disse, mas garantiu que no próximo ano o partido estará preparado para disputar as eleições municipais com candidaturas próprias em todos os municípios brasileiros.

Ele tranquilizou aqueles que temem deixar seus atuais partidos e ficarem impedidos de participar do processo eleitoral em 2012. “Não há riscos, estamos nos organizando para conseguir as assinaturas necessárias e consolidar juridicamente o partido”, garantiu.

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Estão agendados outros nove atos de coleta de assinaturas nos estados de São Paulo, Amazonas, Acre, Alagoas, Goiás, Tocantins, Roraima, Rio de Janeiro e Minas Gerais. Kassab acredita que até julho o PSD estará formalizado.

Na Bahia a legenda já arregimentou quadros históricos do Democratas, originários do extinto PFL, como o deputado federal e primo do deputado federal ACM Neto, Paulo Magalhães, e o deputado estadual Gildásio Penedo, um dos nomes que mais fortemente faziam oposição ao governo Wagner até o ano passado.

Dos seis deputados federais do DEM baiano, dois já decidiram marchar com o PSD e um terceiro ainda está indeciso. Dos cinco estaduais, dois estão migrando para a nova legenda. No PMDB, metade da bancada, formada por seis parlamentares, aderiu ao PSD.

“Não queremos esvaziar nenhuma partido. Todos que aqui estão, vieram por livre e espontânea vontade, ressaltou Otto.

Ao final do evento, Kassab e outras lideranças almoçaram com o governador Wagner, no Palácio de Ondina, residência oficial do governo baiano.