Mesmo com as críticas sobre sua atuação à frente da Prefeitura de São Paulo, o prefeito Gilberto Kassab deu hoje nota 10 à sua administração. “Eu dou 10 pelo nosso esforço e pela vontade de acertar”, disse o prefeito durante sabatina promovida pelo jornal Folha de S.Paulo. Durante as duas horas de entrevista, Kassab ouviu elogios do deputado federal Paulo Maluf (PP-SP) e críticas da senadora Marta Suplicy (PT-SP), ambos antecessores de Kassab.

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Em mensagem gravada, Maluf citou o currículo do engenheiro Kassab e disse que, por ter apenas 50 anos, o prefeito tem um “futuro político brilhante”. “Acho que ele está fazendo uma gestão muito boa, é um prefeito muito ativo”, avaliou Maluf. Para resolver o problema do trânsito na cidade, Maluf sugeriu semáforos inteligentes. “Mágica não existe”, respondeu Kassab ao lembrar que a cidade precisa dobrar sua rede metroviária, ao invés de criar o pedágio urbano para reduzir os congestionamentos.

Já a ex-prefeita Marta Suplicy, apontada como possível candidata do PT à sucessão de Kassab em 2012, não poupou artilharia. “Não posso fazer uma boa avaliação do governo Kassab”, disse, também em mensagem gravada. “É uma gestão que não tem uma marca, a cidade nunca teve tanto trânsito como agora, ficou impossível”, observou. “Por que ele não fez corredores de ônibus e mais terminais?”, enquadrou a senadora. O prefeito rebateu: “A cidade já se manifestou sobre a gestão Marta Suplicy. A minha gestão foi aprovada, tanto que foi reeleita”.

Trânsito e transporte público foram um dos temas mais cobrados pelos internautas. Segundo Kassab, os problemas de mobilidade são provenientes de uma “herança de várias décadas que não será corrigida por uma gestão”. Ele voltou a defender a tarifa de ônibus de R$ 3, alvo de manifestações dos usuários. “São Paulo tem a tarifa mais barata do Brasil”, ressaltou.

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Copa

O prefeito também minimizou a decisão da Fifa de levar para o Rio de Janeiro o centro de imprensa da Copa de 2014. “Perdemos porque perdemos. Um tinha de ganhar”, desconversou. Kassab disse que São Paulo ainda disputa a abertura da Copa e negou que os governos municipal, estadual e federal não tenham força para se impor aos interesses da Confederação Brasileira de Futebol (CBF). “Não é uma questão de se curvar ao Ricardo Teixeira”, refutou. “Quem define estádio é a Fifa”, completou.

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Ele também reiterou que os incentivos fiscais para o futuro estádio do Corinthians, na zona leste da cidade, não significam que o clube esteja se beneficiando de recursos públicos para a obra. “Não é um favor para o Corinthians, são incentivos fiscais para qualquer investidor na região”, afirmou. De acordo com o prefeito, não existe “plano B”, caso o estádio do Corinthians não se viabilize para a Copa. “Não temos tempo para nenhuma outra alternativa”.