O prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab (DEM-SP), culpou as restrições orçamentárias do município pelos problemas ocorridos nos últimos dias no serviço de limpeza urbana da cidade.

continua após a publicidade

“A arrecadação caiu este ano. Ou seja, temos uma realidade orçamentária diferente, que não pode ser menosprezada. E temos outras prioridades além da limpeza urbana”, afirmou Kassab, que participou hoje de evento no Parque Ibirapuera, na capital paulista, sobre epidemias, como a gripe suína.

Segundo o prefeito, as duas áreas prioritárias de sua gestão são educação e saúde. Kassab afirmou que, mesmo com a queda na arrecadação este ano, os investimentos nos dois setores aumentaram em relação a 2008.

“Estamos gastando mais na saúde do que no ano passado, assim como em educação. Em algum lugar temos que gastar um pouco menos. Na limpeza urbana, porém, não estamos diminuindo. Estamos mantendo o nível do ano passado”, disse. Em 2008, as áreas de saúde e educação receberam juntas cerca de R$ 6 bilhões da prefeitura.

continua após a publicidade

Para 2009, a meta do governo municipal é gastar aproximadamente R$ 903 milhões em limpeza urbana, o mesmo volume de 2008. “Ao final da gestão anterior, os gastos com limpeza urbana eram de R$ 613 milhões, e muitos falavam que era um valor elevado. No ano passado, gastamos R$ 903 milhões. Só falta alguém achar que deveríamos aumentar os gastos. Até poderíamos, mas temos uma realidade orçamentária”, explicou o prefeito.

Apesar de reconhecer a importância do serviço de limpeza urbana para uma cidade com mais de 11 milhões de habitantes como São Paulo, Kassab ponderou que é necessário cuidado do poder público nessa questão para que os gastos não fujam do controle.

continua após a publicidade

“Se não tomarmos cuidado, estaremos pagando mais de R$ 1 bilhão em limpeza urbana e empreiteiras. Nada contra essas empresas, mas existe um limite para esses valores”, justificou.

Kassab negou que a prefeitura tenha solicitado auxílio dos fiscais da Companhia de Engenharia de Tráfego (CET) para fiscalização do despejo ilegal do lixo pela cidade. Na realidade, o prefeito afirmou que a guarda civil municipal irá executar essa tarefa em cooperação com o governo municipal.

“Não é a CET e sim a guarda civil metropolitana. Já está tudo coordenado com a secretaria da subprefeitura para que parte do efetivo participe desse projeto de fiscalização, especialmente em relação aos pontos ilegais de despejo de entulhos”, explicou.

O prefeito explicou que a recomendação aos fiscais da CET sobre o tema é semelhante ao papel de qualquer cidadão. “Se alguém identificar um ponto ilegal de despejo de lixo, que avise a prefeitura. Isso vale para todos, para os funcionários da CET, para os professores e para os cidadãos em geral”, comentou.

Reportagem publicada hoje no Jornal da Tarde mostra que, em razão do corte, no final de agosto, de 20% (R$ 54 milhões) na verba para varrição das calçadas e vias, as empreiteiras contratadas pelo governo municipal demitirem uma parte dos garis que executavam o serviço. O acúmulo de lixo e entulho foi um dos fatores que provocou as enchentes na cidade esta semana, após forte temporal.