A 2.ª Vara Criminal Federal de Curitiba condenou criminalmente mais dois doleiros envolvidos no caso Banestado. Entre eles, Olga Youssef, irmã de Alberto Youssef, principal acusado pelo crime de sonegação fiscal, e remessa ilegal para o exterior através das contas CC5 do antigo banco estatal paranaense.
A Justiça Federal concluiu que Olga ajudou seu irmão na movimentação de cerca de US$ 831 milhões em contas mantidas na agência Banestado em Nova York, e que eram utilizadas para a realização de transferências internacionais de dinheiro irregular, a condenando a cinco anos de reclusão, em regime semi-aberto, e a cem dias de multa.
Em outra ação, foi condenado a nove anos e oito meses de reclusão em regime fechado, e a 746 dias de multa, Rubens Catenacci. Segundo concluiu a Justiça Federal, Catenacci era o verdadeiro proprietário e controlador da empresa Câmbios Imperial SRL, com sede no Paraguai, e que, utilizando-se desta empresa e de casas de câmbio no Brasil, teria remetido fraudulentamente ao exterior mais de R$ 500 milhões, através das contas CC5 e de setenta e oito outras contas bancárias.
Além das multas, de cerca de R$ 4.500 dia, o juiz também decidiu sobre os valores mínimos a serem pagos para reparar os danos decorrentes do crime, fixando-os em 15% sobre o total da movimentação financeira ou das remessas fraudulentas.
O Caso Banestado foi denunciado pela Polícia Federal (PF) em 2003, após investigação que constatou que US$ 5,68 bilhões teriam sido remetidos ilegalmente ao exterior através de contas CC5 do Banestado entre 1996 e 2000. Entre as principais fontes dos recursos enviados ao exterior estavam, segundo a PF, “sobras” de partidos políticos, tráfico de drogas e de armas.