politica

Justiça decreta prisão preventiva de ‘testa de ferro’ de Sérgio Cabral

O juiz federal Marcelo Bretas, da 7ª Vara Federal, do Rio, decretou a prisão preventiva de Paulo Fernando Magalhães Pinto, ex-assessor especial do ex-governador Sérgio Cabral (PMDB) e apontado pela Operação Calicute como “testa de ferro” do peemedebista, que estava custodiado temporariamente.

O magistrado acolheu o pedido de prisão preventiva feito pelo Ministério Público Federal e alegou “garantia da ordem pública e garantia da instrução criminal”. A decisão foi tomada em 25 de novembro.

“Graves os fatos até então apurados, havendo fortes indícios de que Paulo Fernando integraria o esquema de corrupção em pleno desenvolvimento, sendo suspeito de ser um dos responsáveis por ocultar bens do ex-governador Sérgio Cabral e de custear suas despesas pessoais, além de continuar

responsável pelo pagamento do aluguel da empresa de Sérgio Cabral”, afirmou o juiz no decreto da custódia preventiva de Paulo Fernando Magalhães Pinto.

Segundo Marcelo Bretas, a atuação do ex-assessor do peemedebista “configura, em tese, a prática de esquemas de lavagem do dinheiro amealhado com a prática de delitos de corrupção, certo de que este investigado, assim como o próprio ex-governador Sérgio Cabral, atuou por vários anos como agente público, inclusive durante o aparente cometimento dos crimes ora investigados, em flagrante ofensa à ordem pública, o que torna ainda mais necessário o rigor na apuração de suas responsabilidades”.

Para o juiz que comanda as ações da Operação Lava Jato, no Rio, há “efetivo risco” de que deixar Paulo Magalhães Pinto em liberdade pode criar “embaraço às investigações”. O ex-assessor de Cabral havia sido preso temporariamente na deflagração da Calicute em 17 de novembro e teve a custódia prorrogada por cinco dias em 21 de novembro.

“O desenvolvimento das investigações têm revelado dia a dia uma infinidade de situações ilícitas que teriam sido e estariam sendo cometidas por pessoas de grande expressão e responsabilidade política,

com provável acesso inclusive a documentos e repartições públicas, posto que exercentes, por anos e até há pouco tempo, de funções de chefia e de confiança no seio da administração do Estado do Rio de Janeiro”, assinalou Marcelo Bretas.

A investigação da Calicute aponta que Paulo Fernando Magalhães Pinto, “desde o afastamento do cenário político” de Sérgio Cabral “estaria se dedicando à atuação empresarial em vários e distintos ramos, como sócio de muitas empresas”. A Calicute indica que o ex-assessor de Cabral estabeleceu-se profissionalmente em um escritório no Leblon, na zona sul do Rio, alugado desde junho de 2014 pelo valor mensal de cerca de R$ 42 mil.

“As investigações iniciais mostraram que, aparentemente, o referido escritório alugado não seria, de fato, utilizado por quem se apresenta como locatário (Paulo Fernando), mas sim pelo investigado Sérgio Cabral, ou mais precisamente pela empresa Objetiva Gestão e Comunicação Estratégica Eireli, isso por pelo menos 24 meses”, anotou Marcelo Bretas.

“Consignei então que a ‘cessão gratuita’ feita pelo investigado Paulo Fernando em benefício de Sérgio Cabral representaria uma vantagem financeira de mais de R$ 1 milhão (24 meses), e até agora nenhuma explicação plausível foi apresentada pela defesa para esclarecer este fato, de forma que é legítima a suspeita levantada pelo Ministério Público Federal de que o ora preso Paulo Fernando atuasse como ‘testa de ferro’ do investigado, ora preso, Sérgio Cabral.”

A Operação Calicute aponta ainda “possíveis indícios de crimes de lavagem e ocultação de ativos” na posse da lancha Manhattan Rio avaliada em R$ 5 milhões, guardada na marina do Condomínio Portobello em Mangaratiba/RJ.

“A lancha, apesar de registrada em nome de MPG Participações (empresa de Paulo Fernando), pertenceria de fato a Sérgio Cabral, que frequentemente a utilizava com familiares ‘e seus convidados'”, observa o juiz.

O magistrado anota ainda. “Havia ainda a suspeita de que o investigado Sérgio Cabral seria também proprietário do Helicóptero (prefixo PPMOE), registrado também em nome de MPG Participações (empresa do investigado Paulo Fernando) até o dia 2 de setembro de 2016, quando foi vendida para uma empresa sediada no exterior. Sugere finalmente o relatório de investigação, em harmonia com o que dissemos linhas atrás, que possivelmente essa transferência foi realizada como precaução por iminente medida judicial constritiva.”

Grupos de WhatsApp da Tribuna
Receba Notícias no seu WhatsApp!
Receba as notícias do seu bairro e do seu time pelo WhatsApp.
Participe dos Grupos da Tribuna
Voltar ao topo