Justiça condena Giovani Gionédis a 4 anos e meio de prisão

A Justiça Federal condenou o ex-presidente do Conselho de Administração do Banco do Estado do Paraná S/A (Banestado), Giovani Gionédis, e o ex-diretor financeiro da instituição, Alaor Alvim Pereira, por gestão fraudulenta do banco.

Em julgamento realizado no último dia 29, com decisão divulgada ontem, na 2.ª Vara Federal Criminal, Gionédis foi condenado a pena de reclusão e multa de 1.500 salários mínimos, enquanto Alaor Alvim Pereira cumprirá serviços comunitários e multa de 20 salários mínimos.

A ação penal, movida pelo Ministério Público Federal, acusa os gestores do Banestado de utilizar fraudulentamente a estrutura da instituição financeira para viabilizar a realização de uma doação eleitoral não-contabilizada, de cerca de R$ 1 milhão, no ano de 1998. Segundo a denúncia, a empresa Bauruense Serviços Gerais S/C Ltda. teria entregue a Giovani Gionédis, que era coordenador financeiro da campanha de reeleição do então governador Jaime Lerner, oito cheques administrativos nominais a supostos ?laranjas?. Gionédis, então, teria ordenado a diretores do Banestado a realização de saque em espécie de R$ 1 milhão na tesouraria do Banestado. Após o saque ?fraudulento?, o dinheiro foi repassado a Giovani Gionédis e os cheques foram entregues aos diretores que os repassaram ao banco para compensação, também de forma fraudulenta, do saque. ?Toda a operação teria sido realizada de forma a impedir ou a dificultar o rastreamento da origem e destinação real do numerário, tendo sido considerado que a instituição financeira teve sua estrutura utilizada fraudulentamente por seus dirigentes para a prática de um crime?, acusa o MPF.

A 2.ª Vara Criminal Federal julgou parcialmente procedente a ação, condenando Gionédis a quatro anos e seis meses de reclusão e cem dias multa, cada dia multa no valor de quinze salários mínimos. Alaor Alvim Pereira recebeu pena de três anos de prestação de serviços comunitários e dez dias multa, cada dia multa no valor de dois salários mínimos. Outros três acusados, Arthur Ennio Frederico Junior, Luiz Augusto Ribas Brites e Manoel Campinha Garcia Cid, foram absolvidos. Ainda cabe recurso da decisão.

Na mesma ação penal, Gionédis e Pereira foram absolvidos de outra acusação de crime de gestão fraudulenta, desta feita envolvendo ressarcimento indevido de R$ 1,9 milhão pago pelo Banestado à empresa Bauruense. Por este ressarcimento, que o MPF denunciou ter sido feito como forma de compensar a empresa pela doação de R$ 1 milhão à campanha de reeleição de Lerner, já havia sido condenado o ex-presidente do Banestado, Manoel Campinha Garcia Cid, em outra ação penal.

A reportagem tentou contato com Giovani Gionédis, mas foi informada pelo seu escritório que ele não estava em Curitiba. Gionédis também não atendeu as ligações para seu celular. Seu advogado, Alcides Bittencourt Pereira, também não retornou telefonema da redação.

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