A Justiça Federal aceitou denúncia do Ministério Público Federal de São Paulo (MPF-SP) e tornou réu o sócio-fundador do Grupo Opportunity, Daniel Dantas, pelos crimes de formação de quadrilha, gestão fraudulenta, evasão de divisas e lavagem de dinheiro. Daniel Dantas já foi condenado a dez anos de prisão por corrupção ativa e responde em liberdade. Além de Dantas, a Justiça aceitou denúncia contra outras 13 pessoas ligadas a ele pelos mesmos crimes e também por gestão temerária.
No despacho, o juiz Fausto Martin De Sanctis determinou a imediata liquidação do Opportunity Special Fundo de Investimentos. Com a decisão, o fundo deverá ser fechado para aplicações e os recursos serão depositados em juízo. Caberá à BNY Mellon DTVM, atual administradora do fundo, executar a venda dos ativos em carteira. Em setembro, a Justiça já havia decretado o bloqueio do fundo, com patrimônio de R$ 538 milhões e que tem entre seus cinco cotistas Dantas, sua mulher e outros sócios do banco.
Em nota, a defesa de Dantas voltou a negar os crimes. “Os meus clientes ainda não foram citados do recebimento da denúncia. Independentemente disso, negamos veementemente as imputações recebidas pelo juízo. Os fatos narrados ou não constituem crime, ou são falsos, e estão baseados em provas fraudadas no âmbito da Operação Satiagraha”, disse, em nota, o advogado Andrei Schmidt.
No despacho, o juiz Fausto Martin De Sanctis determinou também a abertura de três inquéritos pela Polícia Federal, derivados da Operação Satiagraha: um para investigar a participação, no Opportunity, de Carlos Rodenburg, que comanda o braço agropecuário do grupo, e do ex-deputado federal Luiz Eduardo Greenhalgh; outro para investigar o suposto crime de evasão de divisas cometido pelos cotistas brasileiros do Opportunity Fund, com sede nas Ilhas Cayman e com um total de 84 cotistas; e um terceiro para apurar se houve prática de crime financeiro na operação em que a empresa de telefonia Oi adquiriu o controle acionário da Brasil Telecom (BrT).