A cúpula petista fez um esforço nesta sexta-feira, 15, no início da reunião do diretório nacional da legenda, em São Paulo, para tentar acalmar o partido diante da decisão do Tribunal Regional Federal da 4.ª Região (TRF-4) de marcar para o dia 24 de janeiro o julgamento do processo que pode tornar o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva inelegível.

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Com ajuda de advogados que fizeram uma explanação ao diretório, o PT tenta emplacar a narrativa segundo a qual o processo criminal no qual Lula foi condenado a 9 anos e 6 meses de prisão e o da inelegibilidade de Lula são procedimentos jurídicos de trâmites separados. A viabilidade eleitoral de Lula só começa a ser debatida a partir de 15 de agosto de 2018, quando se encerra o prazo para inscrição das candidaturas na Justiça eleitoral.

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Com isso a direção petista tenta evitar especulações sobre um possível plano “b” caso Lula seja barrado pela Justiça, conter insatisfações internas em função das dificuldades de articulação de alianças regionais causadas pela insegurança em relação à candidatura do ex-presidente e ganhar tempo com possíveis aliados assustados com a marcação da data para o julgamento do petista antes do previsto. O PT esperava que isso ocorresse apenas em abril, quando a campanha de Lula já estaria nas ruas e as alianças consolidadas.

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Logo no início da reunião a presidente do PT, senadora Gleisi Hoffmann (PT-PR), fez um esclarecimento. “Só para deixar claro, não estamos discutindo alternativas. Nosso candidato é Lula e não temos plano ‘b'”. A declaração foi recebida com aplausos da plateia na qual estava o próprio Lula.

Segundo o advogado paranaense Luiz Fernando Pereira, autor de um parecer que aponta grandes chances de Lula ser candidato, seja qual for a decisão do TRF-4, para a Justiça eleitoral a discussão sobre a elegibilidade do petista só começa a partir do pedido de registro de candidatura e, mesmo que o ex-presidente seja barrado o PT, haverá tempo hábil para trocar de candidato.

De acordo com Pereira, o prazo para uma decisão final sobre o registro de Lula é de no mínimo 25 dias contados a partir do dia 15 de agosto, e o limite para troca de candidatos é de 20 dias antes da eleição.

“Isso não é bom para a democracia. O ideal seria que a campanha tivesse início com os registros já definidos, mas são as regras que estão dadas”, afirmou o advogado.

A presidente cassada Dilma Rousseff também participou da reunião. Segundo dirigentes petistas, assim como ela, Lula está sendo “processado sem que haja crime”.

Ainda nesta sexta-feira o PT deve definir a estratégia de mobilizações populares em favor da candidatura do petista.