Preso havia nove meses, Felipe Picciani, filho do ex-presidente da Assembleia Legislativa do Rio Jorge Picciani (MDB), teve a libertação determinada pelo juiz da 7ª Vara Federal Criminal, Marcelo Bretas, nesta sexta-feira, 24. Ele havia sido preso na Operação Cadeia Velha, em novembro do ano passado, sob acusação de participar de negócios ilícitos do pai.

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As investigações haviam indicado que Felipe, o único dos filhos adultos de Picciani que não está na política – Rafael Picciani é deputado estadual e Leonardo Picciani, federal, ambos pelo MDB -, tinha ingerência na área financeira da empresa da família, a Agrobilara.

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A empresa estaria envolvida num esquema de lavagem de dinheiro de propina paga a deputados da Alerj por empresários de ônibus do Estado. Isso se daria por meio de venda de gado a preços superfaturados. A defesa vinha sustentando que não havia provas do envolvimento de Felipe em operações de compra e venda de gado e que ele é apenas um zootecnista, a cargo de seleção genética de bovinos.

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Bretas considerou que não foram apresentados fatos que justificassem a medida extrema da prisão, e que não foram encontrados, até agora, elementos da participação de Felipe na organização criminosa investigada.

Nesta sexta-feira, o filho de Picciani fora ouvido pela primeira vez pelo juiz. Pouco depois, Bretas expediu o alvará de soltura. Durante o seu depoimento, ele negou todas as acusações e disse que reagiu com surpresa ao fato de ter seu nome envolvido pelo ex-presidente do Tribunal de Contas do Estado, Jonas Lopes. “Meu pai até me disse que não sabe o que passa no coração de cada um, num momento de aperto, para falar o que estão falando”, disse ao juiz.

Felipe também afirmou que só se encontrou duas vezes com Lopes, em seu gabinete, para falar sobre criação de gado – o conselheiro estaria interessado em implantar em sua fazenda técnicas usadas na Agrobilara.

Mais cedo, a reportagem havia falado com Leonardo Picciani – ex-ministro do Turismo, no cargo até abril – sobre sua campanha à reeleição, e ele comentou a situação do irmão. “O caso dele é uma das maiores injustiças do País. É um zootecnista, jamais teve envolvimento político. A vida dele sempre foi a fazenda. É alguém que não tem nenhum conhecimento dos fatos dos quais é acusado. Uma prisão temporária que já dura nove meses de alguém que sequer condenado é. Hoje está sendo ouvido pela primeira vez. Eu lamento que ele viva essa situação, mas confio que em breve a justiça poderá ser feita, apesar de tardia.”