O líder do governo no Senado, Romero Jucá (PMDB-RR), tentará um acordo com os partidos de oposição para retomar a pauta do Plenário esta semana. O PSDB e o DEM (ex-PFL) estão obstruindo as votações em protesto contra a insistência do presidente da Casa, senador Renan Calheiros (PMDB-AL), em permanecer no cargo. O principal argumento de Jucá para convencer os líderes das duas legendas é a necessidade de se votar logo a medida provisória (MP) que parcela dívidas das cooperativas e dos produtores rurais contraídas nos últimos quatro anos.
Setores da bancada ruralista, que tem representantes no DEM, pressionam os líderes partidários para desobstruir a pauta e votar a MP de interesse dos ruralistas. Jucá tem ainda outro motivo para apressar a aprovação da MP: a inclusão de emenda no texto estabelecendo prazo até 31 de outubro deste ano para que micros e pequenos empresários que aderiram ao Simples possam também parcelar seus débitos junto ao Fisco. "Ninguém vai querer ficar contra isso", disse o líder, que é o autor da emenda, já negociada com o governo.
Na avaliação de Jucá, não há motivos para paralisar o plenário por causa da discussão dos processos por suposta quebra de decoro parlamentar de Calheiros, que ainda está tramitando no Conselho de Ética do Senado. Como a Polícia Federal (PF) adiou a entrega do resultado da perícia nos documentos do presidente do Senado para uma data ainda não definida, Jucá terá de redobrar seus esforços para convencer os senadores de oposição.