O ministro da Cultura, Juca Ferreira, disse hoje que o Partido Verde vai deixar de lado bandeiras históricas, como a defesa de uma política de combate às drogas, por medo de afastar o eleitorado da pré-candidata do partido à Presidência, senadora Marina Silva (AC). “Os candidatos do PV não falarão disso nessa eleição com medo de um impacto negativo sobre sua representação. Isso é um recuo”, afirmou.

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Embora tenha evitado fazer críticas a Marina, Ferreira disse que a parlamentar é limitada na defesa dessas mesmas bandeiras históricas. “Marina é um dos melhores quadros da República, um símbolo da luta ambiental, mas tem alguns limites em outras áreas que não a sustentabilidade”, afirmou.

Após participar, em São Paulo, de um debate no lançamento de um livro sobre políticas de combate às drogas, Ferreira disse não ver desenvoltura em Marina para tratar do assunto. Ele lembrou que o PV foi a primeiro a defender a necessidade de criar uma política de redução de danos e de descriminalização das drogas.

Um dos fundadores do PV, o ministro se licenciou do partido por um ano por conta do que ele definiu como uma “escoliose para a direita” na legenda. Ele critica as alianças que o PV está montando para as próximas eleições e defende que os verdes estejam no palanque da pré-candidata do PT à Presidência, Dilma Rousseff.

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“Acho que o PV está ficando moralista, pragmático e com alianças preferencialmente pela direita. Isso está me causando um incômodo imenso”, disse. No Rio de Janeiro, por exemplo, o PV se juntou a PSDB e DEM para lançar a candidatura do deputado Fernando Gabeira ao governo do Estado.

Ferreira não pretende, por enquanto, deixar o partido. “Estou vivendo o luto de uma relação de 22 anos que chegou a esse impasse. Não dá para pensar o depois.”

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