O ministro do Planejamento, Romero Jucá, admitiu nesta terça-feira, 17, que impostos podem ser criados “no momento oportuno”. “Uma transição com imposto pode ser necessária, mas será anunciada no momento oportuno”, disse Jucá.
Quanto à recriação da CPMF, Jucá disse que a decisão cabe à Fazenda, comandada por Henrique Meirelles, mas a alta de impostos não é a primeira opção para equacionar as contas. “Antes, é preciso fazer o dever de casa”, afirmou Jucá, referindo-se ao corte de gastos, à recuperação da economia e ao restabelecimento da credibilidade do governo.
Jucá reafirmou que a meta do governo é cortar, no mínimo, 4 mil cargos comissionados até o fim do ano. Segundo o ministro, o governo federal tem 20 mil cargos com DAS, a gratificação por posto de chefia, e é preciso racionalizar as despesas e melhorar a gestão.
Investigação
Jucá declarou ainda estar tranquilo quanto ao andamento das investigações da Operação Lava Jato, que envolvem seu nome. Jucá afirmou que apoia a Lava Jato e espera que o Ministério Público faça todas as investigações necessárias. Questionado sobre o envolvimento de Jucá nas investigações da Lava Jato, o presidente em exercício Michel Temer disse que reavaliaria a participação do ministro no governo caso ele se tornasse réu.
“Estou muito tranquilo quanto a isso. Fui mencionado por algumas pessoas, já prestei as informações necessárias quando assumi a presidência do PMDB e enfrentei a questão da coordenação do impeachment. Portanto, se eu tivesse algum receio, eu não teria comprado as brigas que comprei”, afirmou Jucá a jornalistas, antes de participar do XXVIII Fórum Nacional, evento promovido pelo ex-ministro do Planejamento João Paulo dos Reis Velloso, no Rio.
O ministro contou ainda que ajudou na manutenção de Rodrigo Janot no cargo de procurador-geral da República, por considerar que esteja fazendo um grande trabalho.
“A operação Lava Jato é importante, muda o paradigma da política no Brasil. A relação entre empresas, empresários, políticos e partidos políticos tinha que se ajustar. A operação é uma ação de choque, mas vai nessa direção positiva. Portanto estou muito tranquilo, vou continuar fazendo o meu trabalho e aguardar a manifestação do Ministério Público”, declarou.
Jucá afirmou que não foi necessário um período de transição, porque já costumava tratar semanalmente com os ex-ministros Valdir Simão e Nelson Barbosa, do Planejamento e Fazenda, respectivamente.
“O trabalho está começando e temos longo caminho para ajudar na gestão, na governança, no desenvolvimento, que passou para o Ministério do Planejamento. Enfim, remodelar o Brasil, diminuir os custos, procurar o ajuste fiscal e fazer com que os investimentos possam voltar, porque com o crescimento econômico haverá emprego e é tudo isso que nós queremos”, disse.