Jovens católicos divulgaram hoje um manifesto no qual defendem a candidatura de Dilma Rousseff (PT) à Presidência e dizem que o discurso religioso tem sido usado na campanha de forma “leviana” para ofender a petista. Os signatários do documento intitulado “Em Defesa da Juventude – Jovens Católicos sobre o Processo Eleitoral” afirmam, ainda, que em eventual governo comandado pelo candidato do PSDB, José Serra, haveria “políticas de extermínio da juventude”.
“É evidente o respeito de Dilma aos valores cristãos, à unidade na diversidade, à dignidade da pessoa humana e à defesa da juventude”, diz um trecho do manifesto, assinado, em sua maioria, por filiados ao PT. “Acreditamos que a sua história se confunde com a luta pela democracia, pela liberdade religiosa e pela liberdade de imprensa.”
Embora não mencionem diretamente a polêmica do aborto, os jovens que subscrevem o abaixo assinado alegam que Dilma está sendo vítima de uma “enxurrada de mentiras”. Além disso, usam um termo empregado pela ex-ministra da Casa Civil bem no início da campanha, na tentativa de carimbar Serra como falso. Detalhe: Serra foi presidente da União Nacional dos Estudantes (UNE) em 1964.
“(…) Apesar da pele de cordeiro, o candidato tucano representa o retorno ao receituário neoliberal, ao achatamento do salário mínimo, às privatizações, ao tratamento truculento aos movimentos sociais (…)”, insiste o manifesto. “(… ) Temos clareza de que um eventual governo José Serra significaria grandes prejuízos às políticas de juventude, com fechamento dos espaços de diálogo com as organizações juvenis, redução dos recursos para os programas sociais e fortalecimento das políticas repressivas, com a caracterização de políticas de extermínio da juventude, notadamente a juventude negra”.