Serra veio pela terceira vez, oficialmente em campanha, ao Paraná, na semana em que as pesquisas Ibope e Datafolha mostraram que o tucano perdeu para Dilma Rousseff (PT) a liderança que tinha no Sul do Brasil e no Paraná.
A estratégia é retomar a dianteira no Estado, aproveitando o prestígio de Beto, que lidera as pesquisas para o governo com vantagem de, até, 16 pontos (segundo o Ibope).
Apesar de a cúpula tucana não esconder a estratégia, Serra preferiu não comentar os números das últimas pesquisas de opinião e nem a fórmula como pretende reverter a desvantagem.
“Eu não comento pesquisa. Não quero falar sobre bastidores, tititis e pesquisas, senão a entrevista vira só isso. As pessoas querem saber o que vamos fazer. Mais justiça social, mais segurança mais emprego, quero falar sobre nossas propostas”, disse.
Os jornalistas que participaram da coletiva insistiram, questionando o candidato sobre as declarações de petistas que já estariam se preocupando com a montagem do governo Dilma.
“É trololó, é campanha eleitoral para os jornalistas perguntarem, como vocês está perguntando, e fazerem campanha para eles”, disse. Numa última tentativa, Serra foi perguntado sobre o que mudaria em seu programa eleitoral de rádio e televisão. “Não preciso dizer o que vai mudar, assistam e vocês perceberão. Tem programa hoje à noite”, concluiu.
Falando para uma plateia de produtores rurais, o candidato do PSDB apresentou suas propostas para a agropecuária. Prometeu ampliar o Porto de Paranaguá, e prometeu dar tranqüilidade ao produtor, “acabando com a tolerância às invasões de terra e com os subsídios do governo federal aos movimentos que cometem esses crimes. Movimentos que são muito mais políticos do que de militância pela reforma agrária. Não podemos estimular a inquietação no campo. Temos que dar segurança a quem produz comida e sustenta a economia do país”.
Ao final da coletiva, o tucano foi indagado se, no tudo ou nada, não exploraria o passado de guerrilheira de Dilma Rousseff. Serra prometeu que sua campanha não tocará nesse tema.
“Mesmo porque, eu me preocupo muito mais com o que a Dilma pensa agora do que com o que ela pensou no passado. Nós não sabemos a opinião dela sobre aborto, sobre liberdade de imprensa, sobre tributação. Quando ela não vai aos debates, não é porque falta coragem, é porque não tem como se explicar”.
Serra chegou atrasado em Cascavel, vindo de Ribeirão Preto, interior de São Paulo. Sempre ao lado de Beto, o tucano participou de um tratoraço, passando por alguns bairros da cidade, reuniu-se com produtores rurais na Associação Atlética Comercial e visitou a Cooperativa Central de Pesquisa Agrícola, onde gravou inserções para a propaganda eleitoral em meio a plantações experimentais.