Voto 2010

José Serra busca recuperar terreno no Estado

O candidato do PSDB à presidência da República José Serra cumpriu agenda de campanha e gravou para o programa eleitoral ao lado do candidato ao governo do Paraná, Beto Richa, ontem, em Cascavel (oeste do Estado).

Serra veio pela terceira vez, oficialmente em campanha, ao Paraná, na semana em que as pesquisas Ibope e Datafolha mostraram que o tucano perdeu para Dilma Rousseff (PT) a liderança que tinha no Sul do Brasil e no Paraná.

A estratégia é retomar a dianteira no Estado, aproveitando o prestígio de Beto, que lidera as pesquisas para o governo com vantagem de, até, 16 pontos (segundo o Ibope).

Apesar de a cúpula tucana não esconder a estratégia, Serra preferiu não comentar os números das últimas pesquisas de opinião e nem a fórmula como pretende reverter a desvantagem.

“Eu não comento pesquisa. Não quero falar sobre bastidores, tititis e pesquisas, senão a entrevista vira só isso. As pessoas querem saber o que vamos fazer. Mais justiça social, mais segurança mais emprego, quero falar sobre nossas propostas”, disse.

Os jornalistas que participaram da coletiva insistiram, questionando o candidato sobre as declarações de petistas que já estariam se preocupando com a montagem do governo Dilma.

“É trololó, é campanha eleitoral para os jornalistas perguntarem, como vocês está perguntando, e fazerem campanha para eles”, disse. Numa última tentativa, Serra foi perguntado sobre o que mudaria em seu programa eleitoral de rádio e televisão. “Não preciso dizer o que vai mudar, assistam e vocês perceberão. Tem programa hoje à noite”, concluiu.

Falando para uma plateia de produtores rurais, o candidato do PSDB apresentou suas propostas para a agropecuária. Prometeu ampliar o Porto de Paranaguá, e prometeu dar tranqüilidade ao produtor, “acabando com a tolerância às invasões de terra e com os subsídios do governo federal aos movimentos que cometem esses crimes. Movimentos que são muito mais políticos do que de militância pela reforma agrária. Não podemos estimular a inquietação no campo. Temos que dar segurança a quem produz comida e sustenta a economia do país”.

Ao final da coletiva, o tucano foi indagado se, no tudo ou nada, não exploraria o passado de guerrilheira de Dilma Rousseff. Serra prometeu que sua campanha não tocará nesse tema.

“Mesmo porque, eu me preocupo muito mais com o que a Dilma pensa agora do que com o que ela pensou no passado. Nós não sabemos a opinião dela sobre aborto, sobre liberdade de imprensa, sobre tributação. Quando ela não vai aos debates, não é porque falta coragem, é porque não tem como se explicar”.

Serra chegou atrasado em Cascavel, vindo de Ribeirão Preto, interior de São Paulo. Sempre ao lado de Beto, o tucano participou de um tratoraço, passando por alguns bairros da cidade, reuniu-se com produtores rurais na Associação Atlética Comercial e visitou a Cooperativa Central de Pesquisa Agrícola, onde gravou inserções para a propaganda eleitoral em meio a plantações experimentais.

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