O governador de São Paulo, José Serra (PSDB), deixou claro que não vai palpitar no estabelecimento de alianças e escolha de candidatos para as eleições de 2010 no Paraná.

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“Não vou me meter na política do Paraná. Sou amigo do Osmar Dias, que foi meu colega no Senado. Sou muito amigo do Beto. O Alvaro Dias eu conheço há muitos anos. Eu não vou aqui dar palpite sobre isso”, garantiu Serra, que ontem visitou o prefeito de Curitiba, Beto Richa (PSDB). “A gente tem conversado bastante sobre eleições, mas hoje (ontem) particularmente não”, comentou Serra.

Sobre a realização de prévias dentro do PSDB para as próximas eleições, Serra disse que é uma situação que o partido está analisando. “Quando existe uma candidatura, existem duas possibilidades: ou tem consenso ou tem alguma forma de consulta. E isso o partido está tratando. Pode ser que eu venha a ser candidato (à Presidência da República) no ano que vem. Isso é possível, mas neste momento estou centrado na minha administração. Nós estamos a vinte meses da eleição. É muito tempo. E temos uma crise complicada. A gente tem que dedicar nossos esforços a isso”, declarou.

Para o governador de São Paulo, as discussões e especulações sobre o próximo pleito tiram o foco de trabalho em cima da crise econômica mundial. “A antecipação não é boa para o Brasil. Essa crise é a mais séria desde o começo dos anos 30s. Um processo eleitoral deflagrado atrapalha o enfrentamento da crise”, disse Serra.

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Ele entende que seja natural que se fale em política no ano anterior às eleições, mas o clima criado neste momento atrapalha em uma ação cooperativa em relação à crise. “É claro que político está sempre pensando em eleição, mas agora é muito prematuro”, revelou.

Serra também foi questionado sobre conversas para apoio do PMDB. Ele assegurou que tem boas relações, em geral e historicamente, com o partido no Paraná.

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O governador de São Paulo disse que foi colega do governador do Estado, Roberto Requião (PMDB). “Sempre tivemos uma relação cordial, cada um com o seu temperamento. Mas isto não significa que estejamos fazendo algum entendimento político hoje”, falou.

Sobre o “terceiro turno” nas eleições de Londrina, entre Luiz Carlos Hauly (PSDB) e Barbosa Neto (PDT), Serra declarou que não vai participar desta etapa do pleito na cidade do norte paranaense.

“Participei do primeiro round. Agora é uma campanha curtinha. Até poderia ter ido se tivessem me chamado, mas agora acho que só atrapalha nesta reta final. Mas estou torcendo para o Hauly”, indicou.

Durante o encontro com Beto Richa, Serra revelou que copiou o programa Mãe Curitibana, criado pela prefeitura de Curitiba, enquanto era prefeito de São Paulo. O Mãe Paulistana conseguiu resultados impressionantes, segundo Serra.

Acordo entre Paraná e São Paulo

Durante a sua passagem por Curitiba, José Serra também se encontrou com o governador Requião. Os dois assinaram um termo de cooperação entre São Paulo e Paraná para troca de informações econômico-fiscais e alteração no recolhimento do Imposto de Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS). A substituição tributária, como é chamada a operação, antecipa a cobrança do imposto ainda no produtor, e não mais no varejo.

Inicialmente, os setores de cosméticos, perfumaria, artigos de higiene pessoal, colchões e travesseiros entram na substituição tributária. As secretarias da Fazenda dos dois estados já estudam a aplicação,, brevemente, para os segmentos de bebidas quentes, brinquedos, aparelhos celulares, eletroeletrônicos, alimentos, material de construção e produtos de limpeza.

“Trata-se de um acordo vantajoso tanto para São Paulo quanto para o Paraná. Não há aumento da carga tributária e cresce a arrecadação, por meio do combate à sonegação”, afirma Serra.

Este foi o oitavo acordo de São Paulo com outras unidades da federação para a substituição tributária. No entanto, o termo assinado com o Paraná é o primeiro recíproco.