O ex-ministro-chefe da Casa Civil, José Dirceu, disse nesta sexta-feira (9), por meio de nota, que considera "totalmente inverossímil" a versão de que o secretário de Controle Interno da Casa Civil, José Aparecido Pires, seria o responsável pelo vazamento do relatório com informações de gastos presidenciais na gestão de Fernando Henrique Cardoso. Segundo ele, o envio das informações por e-mail para um assessor do senador Álvaro Dias (PSDB-PR) foi negado pelo próprio José Aparecido Pires.
Dirceu ainda negou que secretário fosse seu aliado na Casa Civil. Há cinco anos, o ex-ministro transferiu Pires do Tribunal de Contas da União (TCU) para a Secretaria de Controle Interno da Casa Civil, onde foi mantido pela atual ministra, Dilma Rousseff.
"José Aparecido não é nem meu aliado, nem meu ex-assessor, e nem ‘homem de Dirceu’ como registrado em manchete de um jornal. José aparecido é Secretário de Controle Interno da Casa Civil nomeado por um ex-ministro da Pasta e mantido por sua sucessora", disse por meio da nota, divulgada em seu blog na internet.
"Profissional competente, sério e correto, José Aparecido, durante os 30 meses em que fui ministro-chefe da Casa Civil da Presidência da República, deu provas de seu profissionalismo e espírito público", continuou.
Em uma troca de e-mails de caráter pessoal com André Fernandes, assessor de Álvaro Dias, o secretário de Controle Interno da Casa Civil teria encaminhado as informações sobre os gastos de Fernando Henrique Cardoso e da então primeira-dama, Ruth Cardoso. Entre os dados estão despesas com alimentação, bebidas e objetos pessoais. Ao receber o e-mail, André Fernandes avisou Álvaro Dias das informações.
O relatório foi chamado de dossiê pela oposição. A ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff, nega que haja um dossiê, classifica as informações como banco de dados e abriu sindicância para apurar quem vazou os dados. Segundo ela, por não se tratar de informação sigilosa, a elaboração do relatório não é crime, mas sim, o vazamento dele.
