O senador e economista José Aníbal (PSDB-SP) afirmou nesta terça-feira, 4, ao Broadcast Político, sistema de notícias em tempo real do Grupo Estado, que considera as mudanças na PEC do Teto dos Gastos “absolutamente necessárias” para conter o crescimento das despesas públicas. Ele elogiou as alterações, como a que prevê o congelamento de aumentos salariais para o funcionalismo caso haja estouro do teto, e considerou que o texto ficou mais rigoroso do que previsto inicialmente.
“É uma consequência direta das eleições municipais. As eleições disseram isso claramente”, disse Aníbal. Segundo ele, o eleitorado quer que os governantes tenham uma gestão austera e comprometida com os gastos públicos e a PEC tem de refletir essa nova percepção.
A oposição no Senado pretende subir o tom nas críticas com as mudanças que, dizem, vão diminuir no longo prazo os gastos públicos com a saúde e a educação. A bancada petista começou a discutir uma estratégia para combater a PEC em reunião dos integrantes realizada no início da tarde na liderança.
Em audiência pública na Comissão de Assuntos Econômicos (CAE), o líder da oposição no Senado, Lindbergh Farias (PT-RJ), disse que a PEC é um “escândalo”. “Essa PEC é antidemocrática, inclusive, porque eu te pergunto: de que vale eleger um Presidente da República se ele não pode fazer uma política fiscal anticíclica, se ele foi eleito com esse propósito? Se não pode aumentar recursos da educação e da saúde? Porque estamos desvinculando. Estamos rasgando a Constituição de 1988”, disse.
O líder do PMDB no Senado, Eunício Oliveira (CE), ainda não definiu uma posição sobre as mudanças da PEC. Ele disse que o relator do projeto na comissão especial, o correligionário Darcísio Perondi (RS), ligou para ele a fim conversar sobre as mudanças da proposta.