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Jornalismo será essencial no combate às fake news, dizem especialistas

O jornalismo profissional será essencial no combate às chamadas fake news nas eleições deste ano, avaliaram especialistas que participam do Fórum Estadão-Faap Campanha Eleitoral e Fake News, realizado nesta segunda-feira, 11, em São Paulo. O papel essencial dos jornalistas se dá tanto na checagem de fatos como na cobertura eleitoral.

Para o professor da ECA-USP e colunista do Estado, Eugênio Bucci, o jornalismo é uma verificação politicamente independente dos fatos. “O critério inicial é tentar organizar o debate em torno da verdade”, disse Bucci sobre como lidar com as fake news. “Na política a gente lida com a verdade factual. Se uma coisa pode ser verificada ou não. E a política é o debate sobre isso. O poder de separar verdade e mentira não é do Estado, é da sociedade.”

Para Fabio Malini, coordenador do Laboratório de Estudos sobre Imagem e Cibercultura, da Universidade Federal do Espírito Santo, o problema do papel das redes sociais na disseminação de fake news é que elas não têm o controle sobre o que é publicado.

“O que vemos é a propagação de discursos de propaganda que emulam o conteúdo jornalístico”, explicou. “Além disso, o envolvimento afetivo de quem consome essas notícias falsas faz com quem as produza mande o conteúdo para quem ‘quer ter razão'”

Bucci ressaltou que as soluções propostas pelo Facebook e pelo Google para diminuir o conteúdo falso nas redes tem um problema. “O selo ‘isso pode ser considerado falso’ não pode vir de uma única corporação, como o Facebook, que monopoliza o cenário mundial

Diretor de Análises de Políticas Públicas da FGV-Rio, Marco Aurélio Ruediger, lembrou que no momento atual da sociedade brasileira há um déficit de confiança extremo nas instituições, nas políticas e nas próprias informações consumidas e divulgadas na internet. “Num processo político as pessoas podem dizer o que querem, mas em que grau a informação falsa passa a ser danosa para a democracia?”, questionou.

Para Daniel Bramatti, presidente da Associação Brasileira de Jornalismo investigativo, o País vive hoje um processo claro de tentativa de deslegitimação da imprensa por parte da esquerda e da direita. “Além disso, vivemos um momento de fragilidade da mídia porque sua sustentabilidade econômica está sob ataque”, lembrou.

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